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Cadeiras da Arena: arrecadação com sócios é um problema para as ambições do Atlético. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Cadeiras da Arena: arrecadação com sócios é um problema para as ambições do Atlético.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

O balanço do Atlético , divulgado na última segunda-feira, após a reunião do Conselho Deliberativo, traz um dado preocupante para as pretensões do clube em saltar de patamar. Pelo menos para o presidente do órgão, Mario Celso Petraglia, entusiasta de que o sócio fará a diferença nos cofres para competir de igual para igual com os grandes centros do futebol brasileiro.

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Desde a reestreia da Arena da Baixada, reformada entre 2012 e 2014 para a Copa do Mundo no Brasil, a arrecadação com os associados se manteve praticamente a mesma, apesar de leves alterações nos valores. A estagnação pode ser vista nos últimos três anos.

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Em 2014, o Furacão teve um faturamento de R$ 24.969.487 com os planos. No ano seguinte, a quantia teve um acréscimo irrisível: R$ 25.009.915. Já em 2016, o clube atleticano arrecadou exatos R$ 24.681.661.

Esse panorama deixa claro que os resultados em campo não influenciam como esperado. No ano passado, mesmo com o título do Campeonato Paranaense, terminando com um tabu que vinha desde 2009, e a sexta colocação na Série A, dando vaga na Copa Libertadores, o rendimento em dinheiro foi o menor desde a volta ao Caldeirão.

Criticado incessantemente pela torcida, os planos de sócios do Atlético sofrem com a baixa procura e contam com poucos atrativos que façam o torcedor se associar. Eles são divididos em quatro modalidades: Sócio Furacão Mundi (R$ 40), Sócio Furacão Fan (R$ 100), Sócio Furacão (R$ 150) e Sócio VIP (R$ 350).

Com exceção do primeiro, que é dedicado a torcedores fora de Curitiba e desconto de 50% no ingresso, todos dão acesso aos jogos do time no mês. Essa política, também feita por Coritiba e Paraná, vai na contramão dos demais clubes do País, que apostam na inclusão. Ou seja, não importa o tamanho do estádio e o número pode exceder a capacidade, dando vantagens a quem é fiel, conforme o respectivo regulamento do programa.

“O programa de sócios alcançou um novo patamar de consumo onde o seu nível de exigência está acima deste benefício (de entrar no jogo) e de visita guiada, além de descontos em produtos oficiais. Eles já atendem o anseio do torcedor há muito tempo. Falta, portanto, sair da zona de conforto e buscar uma imediata reformulação”, opinou Eduardo Esteves, responsável pelo portal especializado MKTesportivo.com.

Nesta temporada, o Atlético alterou o preço do ingresso em relação a cada competição. Para o Estadual, o mais baixo está em apenas R$ 60 - mesmo atuando com time reserva por boa parte da primeira fase e tendo as confusões extracampo nos bastidores, é a melhor média entre as torcidas, com 11.202 pagantes, mais que o dobro do Coxa. Na final, entretanto, a quantia sobe para R$ 100. Na Libertadores, o bilhete mais em conta sai a R$ 150 e a média é de 21.004 pagantes, a quinta entre os oito times brasileros.

Com capacidade para 42 mil lugares, a Arena possui uma taxa de ocupação de 27% no Estadual e 52% no torneio internacional. Atualmente, o quadro é de 23.500 associados e a expectativa é chegar a 25 mil por devido ao momento do time em campo: briga direta na fase de grupo da Libertadores, com dois jogos consecutivos em casa (Flamengo e San Lorenzo-ARG) e a final contra o rival Coritiba no Paranaense.

“O sucesso na Libertadores pode contribuir para o crescimento, mas ele seguirá atrelado ao ingresso e o torcedor deixará o programa tão logo o clube terminar sua participação na competição. Há quem coloque a culpa na instabilidade financeira do país, mas vejo clubes de fora do Paraná que conseguiram um incremento relevante de associados por aproveitarem de maneira estratégica o momento”, completou Esteves.

Ele citou o Grêmio com a campanha na Copa do Brasil que culminou com o título, o Flamengo colocando na conta de novas adesões a contratação de jogadores de nome e ativando fortemente seus canais digitais e o Palmeiras ampliando o seu alcance de investimento na TV aberta com comerciais utilizando seus atuais ídolos.

Petraglia, em declarações recentes, comentou que mais de 100 mil CPF´s circularam no banco de dados do clube e acredita que seja possível ter 40 mil sócios. A cobrança pela associação é feita em praticamente todas as entrevistas, enfatizando que esse número é capaz de fazer o Furacão trazer grandes reforços, mas nada que mude o cenário.

No encontro do início da semana, nenhum representante falou em melhorias ou mudanças após a apresentação dos dados em relação aos sócios. Procurado pela reportagem, o presidente Luiz Sallim Emed atendeu e disse que, por estar em reunião, não poderia falar sobre os questionamentos no momento.

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