Ávila
O técnico Leandro Ávila espera terminar invicto seu breve período como interino do Atlético. Após três partidas no comando no Furacão, ele soma uma vitória e dois empates. Mais importante, no entanto, foi mudar a postura da equipe e melhorar o clima no vestiário. Vencer o Figueirense hoje, fora de casa, é essencial para aumentar sua chance de retornar, após a parada para a Copa do Mundo, como treinador permanente. "Estamos focados na vitória, que vai nos beneficiar em tudo. Dá tranquilidade para trabalhar depois, na folga dos jogadores. E, quando voltarmos, estar ali perto dos oito primeiros", falou.
Ponto fora da curva na última temporada, quando foi artilheiro do Brasileiro com 21 gols, o atacante Éderson encara uma realidade completamente diferente em 2014. O camisa 77 do Atlético não repete as boas atuações do ano passado e seus números apontam para quase metade dos gols no mesmo período.
Para aumentar a pressão nos ombros do cearense de 25 anos, o recém-contratado Cléo estreou com gol na última rodada. Éderson segue como titular hoje, às 18h30, contra o Figueirense, no Orlando Scarpelli, mas pela primeira vez ganhou uma sombra no banco de reservas.
Entre Libertadores e Nacional, o baixinho de 1,71 m balançou as redes quatro vezes nos 16 primeiros duelos da temporada, dois deles de pênalti. Para tanto, precisou de 46 finalizações, segundo o Footstats, o que representa 11,5 arremates para cada gol. Durante a boa fase, contudo, a proporção era muito menor.
Em 2013, com o mesmo número de jogos disputados, o atacante fez nove gols 44,4% a mais do que a marca atual. A pontaria também era diferenciada já que a cada 4,2 chutes, um deles vazava a defesa rival. "A bola não entra sei lá por que", diz, inconformado, o vigia Valdemir Rosa da Silva, o Marinho, pai de Éderson.
"Fisicamente ele está bem. Está trabalhando, treinando forte, mas não está tendo a confiança. No ano passado até quando ele batia errado fazia o gol... Mas vai passar [a fase ruim]", confia Marinho.
Quando esteve no auge, Éderson recebeu propostas para deixar o Atlético, incluindo uma oferta tentadora do futebol chinês. No entanto, renovou seu vínculo duas vezes no espaço de seis meses, foi valorizado financeiramente, e resolveu permanecer.
"O presidente [Mario Celso Petraglia] deixou claro que se ele quisesse sair, não impediria. Mas o Éderson é muito na dele e tinha o sonho de jogar na nova Arena, então quis ficar", conta o pai do atacante, enfático ao dizer que a possibilidade de atuar no exterior não mexeu com a cabeça filho, tampouco o constante assédio de empresários.
Pelo menos para o jogo de hoje, em Florianópolis, Éderson segue como titular na equipe do interino Leandro Ávila. Porém, quando estiver em plena forma após a parada da Copa do Mundo, Cléo será um real concorrente à vaga de titular.
"É o cartão de visita, como dizem. Importante, principalmente na estreia [contra o São Paulo], poder jogar e marcar", diz Cléo, de 28 anos, que atuou no Atlético entre 2005 e 2006, mas construiu a carreira na Sérvia, China e Japão.
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