O Atlético ajudou a mudar o status da relação entre os torcedores Vinicius Maia, 27 anos, e Jhenifer Gauze, 21, no último domingo (19).
Com um inesperado apoio do clube, Vinicius pediu a namorada em casamento no intervalo da partida contra a Chapecoense, na Arena da Baixada. O ‘sim’ foi dito em frente a 17 mil pessoas e marcou a primeira comemoração da torcida naquela manhã – o time correspondeu no segundo tempo e completou a data inesquecível para o casal com vitória por 1 a 0.
A ideia surgiu há cerca de uma semana, quando as alianças foram compradas. Através de um amigo, Vinicius entrou em contato com o departamento de marketing do Furacão.
“Eu fui pedir ao clube esperando um não, mas eles foram muito atenciosos comigo. Durante três dias combinamos tudo por e-mail. Eles gostaram da ideia, fizeram muitas perguntas para saber se tinha algum risco de ela dizer não”, conta o noivo, que não é sócio-torcedor, mas nem sequer pagou pelas entradas no setor Brasílio Itiberê.
“O Atlético deu os dois ingressos, disseram que era cortesia. Dentro do estádio, fizeram tudo que tinham combinado e mais um pouco, com música, locução. Foi perfeito, não poderia ser melhor”, agradece o técnico em radiologia nascido em Guarapuava.
Jhenifer, que é natural de Pato Branco, garante que não suspeitou de nada. Nem mesmo da mão extremamente gelada do noivo durante o primeiro tempo e do habitual lanche do intervalo desta vez ter sido feito antes de a partida começar.
Logo após o árbitro apitar o fim da etapa inicial, os telões da Arena começaram a mostrar a ‘Câmera do Beijo’, muito tradicional em eventos esportivos americanos. A surpresa veio quando o pedido do namorado apareceu na tela, causando frisson em todo estádio. A pergunta, então, veio de voz própria.
“Fui pega desprevenida. Foi uma sensação indescritível, a torcida organizada gritando... o clube deu bastante apoio. Chorei muito de emoção”, admite Jhenifer. “Depois de ontem [segunda-feira] não tenho dúvida que sempre serei atleticana”, acrescenta ela, que virou torcedora por influência de Vinicius, com quem namora há cinco anos. A partida contra a Chape foi apenas a quarta da funcionária de uma financeira no Joaquim Américo.
Os noivos, que se conheceram justamente durante uma partida de futebol em um condomínio, agora convivem com a exposição da atitude de amor em público. Vinicius, que trabalha em dois hospitais, recebeu elogios e parabéns de colegas de trabalho e até de pacientes. “Não imaginávamos que teria essa repercussão. A família está muito animada”, resume Jheniffer.
Quanto à cerimônia, ambos querem um tempo para pensar e organizar tudo. Nada irá acontecer em menos de um ano. O prazo máximo combinado entre eles é de três. E o ‘sim’ definitivo poderia vir na Arena novamente?
“Essa foi uma ideia que surgiu, é boa”, admite o noivo. “Por que não?”, deixa no ar a noiva.
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