Após a tragédia da Chapecoense que consternou o mundo do futebol e adiou a última rodada do Campeonato Brasileiro, a dupla Atletiba faz uma difícil retomada para suas partidas finais de 2016.
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Apesar de manterem ambições desportivas diferentes, o principal desafio de Atlético e Coritiba será o mesmo: fazer seus elencos superarem o abalo psicológico decorrente do acidente que vitimou 44 integrantes da Chape, entre eles 19 jogadores.
O Furacão recebe o Flamengo, no domingo (11), às 17 horas, na Arena da Baixada, para consolidar uma vaga na Taça Libertadores do ano que vem.
“Conversei com alguns jogadores e, como é natural, estão todos chateados, tristes, porque são amigos, colegas, conviviam juntos, alguns foram companheiros de time. É uma coisa que sempre traz uma tristeza muito grande”, explica o presidente rubro-negro, L uiz Sallim Emed.
Segundo o mandatário, o Atlético mantém uma equipe de psicólogos que faz o acompanhamento constante do grupo de atletas. Geralmente, o trabalho consiste em preparar os jogadores (especialmente os mais jovens) a superar as pressões e desafios inerentes à profissão.
“É uma equipe tanto de psiquiatria e psicologia do esporte que atua com esse objetivo. Mas também quando acontece algo assim como essa tragédia, eles estão lá para comentar e orientar. Estão sempre à disposição. A gente entende que isso é muito importante”, prossegue Sallim. Os jogadores se reapresentam para os treinos nesta terça-feira (6).
Com ambições mais modestas no Brasileiro, o Coxa visita a Ponte Preta, também no domingo, às 17 horas. Livre do rebaixamento, o time comandado por Paulo César Carpegiani pode alcançar uma vaga na Sul-Americana se chegar entre os 14 melhores. No entanto, o clube já liberou a maior parte do elenco para férias e usará um time reserva contra a Macaca.
O Coritiba informou que não chegou a fazer um trabalho psicológico específico com os jogadores após a tragédia da Chape. No entanto, a comoção gerada pelo acidente alterou a rotina no Alto da Glória — treinamentos foram cancelados e o grupo luta para ter ânimo na rodada final.
Atletas da Chape que faleceram, como os volantes Gil e Sérgio Manoel e o lateral Dener, jogaram no Coxa. Já o técnico Caio Júnior havia sido superintendente do clube no início dos anos 2000, enquanto o auxiliar Pipe Gross foi analista de desempenho da base coxa-branca. Ambos também faleceram.