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Vagner Mancini tenta recuperar a carreira, abalada desde o título da Copa do Brasil, em 2005 | Washington Alves/VIPCOMM
Vagner Mancini tenta recuperar a carreira, abalada desde o título da Copa do Brasil, em 2005| Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Passado

Quarto técnico da gestão Petraglia, Mancini se viu em polêmica involuntária

O novo técnico do Atlético, Vagner Mancini, é o quarto comandante do clube desde que Mario Celso Petraglia reassumiu a presidência, em dezembro de 2011 – Carrasco, Drubscky e Jorginho completam a lista. O treinador de 46 anos, porém, chegou a ser cotado pela diretoria anterior no ano do rebaixamento.

Após a demissão de Adilson Batista – em junho de 2011 –, o nome do paulista de Ribeirão Preto esteve entre os preferidos para o cargo e, inclusive, criou polêmica. Na época, Mancini era treinador do Ceará e veio à capital paranaense para enfrentar o Coritiba pelo Brasileiro. Dirigentes atleticanos foram à concentração da equipe nordestina para tentar sua contratação.

"É uma deselegância ir ao hotel para tentar fazer uma proposta ao Vagner, que é uma pessoa muito ética. Onde ele passou, a história mostra que ele cumpre seus contatos", disparou na ocasião o diretor de futebol do Vovô, Robinson de Castro. Ironicamente, o treinador permaneceu no Ceará apenas mais dois meses antes de ser demitido.

Sem Mancini, o Atlético partiu para o plano B e contratou Renato Gaúcho. O ex-atacante durou apenas 58 dias à frente da equipe antes de pedir demissão. Antônio Lopes assumiu posteriormente, mas não evitou a queda à Série B.

Na busca por um técnico top, o Atlético desapontou boa parte da torcida ao anunciar ontem a contratação de Vagner Mancini. O paulista de 46 anos, que já foi considerado um nome promissor do mercado, hoje passa longe de se encaixar no perfil anunciado pelo clube – e clamado pelas arquibancadas – após a demissão de Ricardo Drubscky.

INFOGRÁFICO: Confira as recentes mudanças de técnico no Atlético e na carreira de Mancini

Em seus últimos cinco trabalhos, por exemplo, o maior período empregado não passou de oito meses. Na verdade, desde 2008, quando voltou ao Brasil após fazer o pé de meia no Al-Nasr, da Arábia Saudita, o treinador permaneceu em média 152 dias sob o comando de uma mesma equipe. O prazo coincide com a data do fim do Brasileiro, mas a estatística que o espera no CT do Caju, onde 15 técnicos foram guilhotinados nos últimos cinco anos, não é nada animadora.

Na casa atleticana, a vida média dos comandantes não alcança 118 dias. O mais longevo, inclusive, foi Drubscky (veja no infográfico ao lado), que tinha seu trabalho contestado e deixou o time na vice-lanterna do Nacional, com seis pontos.

Quando surgiu para o cenário nacional, em 2005, Mancini despontava como um futuro integrante do primeiro escalão de treinadores. A conquista da Copa do Brasil, com o modesto Paulista, sobre o Fluminense, foi o cartão de visitas.

Mas ele não deslanchou e acabou peregrinando por nove times e sete estados diferentes, com títulos estaduais somente por Vitória (2008) e Ceará (2011). O Náutico, onde permaneceu por 66 dias até abril, foi seu último clube.

Mancini também terá de lidar com a resistência da torcida. Logo após o anúncio, vários atleticanos expressaram descontentamento nas redes sociais, inclusive partidários do presidente Mario Celso Petraglia. A expectativa era de que o clube cumprisse a promessa de trazer um técnico com a bagagem necessária para melhorar os fracos resultados da equipe.

Esbarrou na questão financeira de Dorival Júnior – que foi para o Vasco – e de Celso Roth, segundo na ordem de preferência. Terceiro na lista, Mancini acertou por um valor dentro do teto de R$ 200 mil.

O treinador, que só dará entrevistas na sua apresentação, verá o Atletiba dos camarotes do Couto Pereira, enquanto o auxiliar Alberto Valentim comandará o time em campo. A partir daí, está nas mãos do novo técnico mudar o cenário atleticano ou, de novo, complementar as estatísticas e ser mais um no histórico rubro-negro de treinadores.

Treinador foi coxa-branca por 5 meses

Como jogador, o histórico de Vagner Mancini no futebol paranaense não é vasto, mas ficou marcado pelo primeiro título do Coritiba em oito anos. Meio-campista de bons passes e visão de jogo diferenciada, ele defendeu o Coxa por cinco meses, em 1997.

Ao todo, foram 20 partidas com a camisa alviverde – 16 pelo Brasileiro e quatro pelo Festival Brasileiro de Futebol. E foi justamente nesse torneio de fim de temporada que o Coritiba levantou a taça, feito que não acontecia desde a conquista do Paranaense de 1989.

Em seu período no Alto da Glória, marcou somente um gol. Foi contemporâneo de nomes como o zagueiro Flávio, o lateral-direito Reginaldo Araújo, o volante Reginaldo Nascimento e o atacante Cléber Arado. Por pouco, não foi companheiro de Alex, que meses antes se transferiu para o Palmeiras.

Revelado pelo Guarani, Mancini tem como ponto alto da carreira o título da Libertadores pelo Grêmio, em 1995. Ele chegou a se aposentar em 1999 para treinar o Sãocarlense, mas voltou atrás em 2002. Encerrou sua trajetória em 2004, no Paulista de Jundiaí, onde começou de vez o trabalho no banco de reservas.

*Colaboração Helênicos

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