A Quarta Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) foi unânime na decisão de punir o Atlético e o Vasco por causa dos confrontos entre as duas torcidas durante a goleada rubro-negra por 5 a 1, na Arena Joinville, em jogo válido pela última rodada do Brasileirão, no domingo passado.
O julgamento realizado na tarde de ontem castigou o Rubro-Negro por duas vezes com base no Artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, sendo uma por deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens na praça de desporto, e outra por atirar objetos no gramado. A punição foi estabelecida com a perda de 12 mandos de campo, seis com portões fechados, com mais R$ 120 mil de multa.
O Furacão também foi enquadrado no Artigo 191 do CBJD por deixar de cumprir obrigação legal em relação à segurança da partida. O clube terá de desembolsar mais R$ 20 mil, deixando o valor total a ser pago em R$ 140 mil.
Para não ver o Atlético sofrer a "maior pena da história do futebol brasileiro em termos financeiros", como definiu o advogado do clube, Domingos Moro, o Furacão prepara o recurso para diminuir a punição. Moro diz acreditar que a realização de jogos com os portões fechados é um posicionamento aceito pelo Atlético e pode servir como um novo caminho para resolver o problema das brigas em estádios, mas não pode ser cumprida no número de partidas estipuladas no primeiro julgamento do STJD.
"É uma postura inédita de um clube que está dizendo que pode até concordar, apesar da pena ser muito mais pesada e onerosa do que jogar a 100 km [de distância de Curitiba]. Se for para aplicar essa pena, o número de jogos tem de cair muito", explicou. O clube admite que a pena envolva apenas duelos sem torcida, mas que sejam poucas partidas. A realização de ações institucionais e medidas socioeducativas como pagamento da pena também é estudada pela defesa. "Procuramos trazer benefícios para alguém e não fazer o que tribunal tem feito, de só aplicar essas multas sem nenhum ganho para a sociedade". O advogado atleticano espera conseguir fazer a apresentação do recurso até segunda-feira. O julgamento do Pleno, que finaliza a questão, está marcado para 27 de dezembro.
O Vasco também não saiu ileso do primeiro julgamento e vai entrar com um recurso no STJD, de acordo com a advogada do clube, Luciana Lopes. Na primeira instância, os cariocas tiveram sentença semelhante à do Rubro-Negro e perderam oito mandos de campo, sendo quatro deles sem torcida, além de serem multados em R$ 80 mil.
Entre os outros réus, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro foi absolvido por unanimidade. As Federações Paranaense e Catarinense receberam dois votos pelo pagamento de multa de R$ 20 mil e outros dois pela absolvição. Como a defesa vence em caso de empate, as duas entidades não foram punidas. A Arena Joinville, palco do duelo, também escapou de interdição, por maioria de votos.
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