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Estádio Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, fica em região considerada perigosa pelos próprios torcedores do clube argentino. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Estádio Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, fica em região considerada perigosa pelos próprios torcedores do clube argentino.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

É em um estádio todo cercado por arame farpado, vizinho de uma das favelas mais perigosas de Buenos Aires, que o Atlético buscará nesta quarta-feira (15), a partir das 19h30, sua primeira vitória na fase de grupos da Libertadores. Localizado no bairro Bajo Flores, o Nuevo Gasómetro é a casa do San Lorenzo desde 1993. Não à toa, a torcida dos Corvos quer mudar de vizinhança de qualquer forma e voltar para Boedo, bairro onde o clube surgiu no início do século passado.

Não bastasse a pobreza aparente em cada ruela e cada barraco, o narcotráfico domina a comunidade Uno Onze Catorze – ao invés de nomes as Villas (favelas) argentinas são chamadas por números. Nem a imagem do Papa Francisco, criado a poucas quadras dali e torcedor declarado do Ciclón, ameniza a situação.

IMAGENS: Veja fotos do Nuevo Gasómetro e região

A violência chegou a tal ponto que a polícia não dá conta sozinha. A área também tem vigilância constante da Gendarmeria Nacional, divisão do Exército que corresponde à Força Nacional brasileira. E apesar dos homens armados nas ruas, a sensação de insegurança é latente.

TABELA: Confira a classificação da Libertadores

Trunfo argentino?

A bipolaridade que o Atlético mostrou na última temporada – ótimo mandante e péssimo visitante – deve ser capitalizada pelo San Lorenzo no confronto da próxima quarta-feira (15), às 19h30, no Nuevo Gasómetro, garante o atacante Pocho Cerutti. “Temos de aproveitar isso. Mas antes de tudo, temos de pensar em nós. Em como podemos fazer uma boa partida, temos armas para isso, grandes jogadores. É uma partida muito importante”, avisou o avante.

“San Lorenzo tem uma questão histórica para querer voltar ao seu bairro de origem, mas realmente a localização atual só aumenta a vontade de sair. Nas partidas à noite muita gente não quer ir, é muito perigoso pegar um ônibus, por exemplo”, assegura o jornalista Diego Paulich, há quatro anos setorista da equipe no diário Olé. “Quando não tem partidas ou treinos é pior ainda. É a área mais violenta da cidade”, completa o repórter.

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O cenário adverso que a delegação atleticana verá da janela do ônibus até chegar ao Nuevo Gasómetro, porém, não se reflete dentro de campo a ponto de tornar o San Lorenzo um mandante a ser temido. Pelo contrário.

Depois do título inédito em 2014, os Corvos só venceram um de seus seis últimos confrontos em casa pela Libertadores. Foram três empates e duas derrotas no campo da zona Sul portenha. O histórico geral na competição é um pouco melhor: 64,7% em 51 duelos como anfitrião.

Mesmo na atual temporada do Campeonato Argentino, o aproveitamento é parecido. Quatro vitórias, um empate e duas derrotas, totalizando 61,9% dos pontos disputados diante da torcida.

Números à parte, o San Lorenzo começou mal o torneio – levou 4 a 0 do Flamengo na estreia, na semana passada –, e agora quer apagar a impressão ruim contra o Atlético. Uma derrota pode custar mais um vexame ao time que representa a quinta maior torcida do país.

“Não tem pressão da torcida, reclamação. Os jogadores necessitam ganhar para passar de fase, coisa que não aconteceu nos últimos anos, quando foi desclassificado na primeira fase”, garante Paulich.

  • imagem do Papa Francisco no muro do estádio.
  • Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires.
  • Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, sendo preparado para o jogo de quarta-feira.
  • Vizinhança do estádio do San Lorenzo.
  • Vizinhança do estádio do San Lorenzo.
  • Vizinhança do estádio do San Lorenzo.
  • Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires.
  • Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires.
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