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Thiago Heleno depende de uma liminar na Justiça para renovar com o Atlético. | Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo
Thiago Heleno depende de uma liminar na Justiça para renovar com o Atlético.| Foto: Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo

O Atlético aguarda uma decisão judicial vinda do Uruguai para manter o zagueiro Thiago Heleno em 2017. O atleta tenta se desvincular judicialmente do Deportivo Maldonado, pequeno clube uruguaio que detém os seus direitos econômicos.

O Furacão mantém esperanças em um desfecho nos próximos dias, para que o jogador possa se apresentar em 11 de janeiro, a tempo do início da pré-temporada com o restante do elenco.

“A torcida vai precisar ter muita paciência . Existe interesse do clube no atleta e do atleta no clube. Queremos que ele fique. Estamos fazendo o possível”, resume o presidente do Atlético, Luiz Sallim Emed, sem entrar em detalhes sobre o imbróglio judicial. Já o empresário do atleta, Giba Brasil, despista. “Não estou sabendo de nada, estamos de férias”, diz.

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Os uruguaios, que disputam a segunda divisão local, sinalizaram que não renovariam o empréstimo de Thiago Heleno ao Furacão e pediram R$ 10 milhões para vender o jogador. Internamente no CT do Caju, entretanto, a avaliação é de que, se o defensor fosse mais jovem, o investimento seria justo, pois teria previsão de retorno financeiro com uma revenda nos próximos anos.

Como Thiago Heleno já tem 28 anos, porém, a pedida dos uruguaios foi considerada alta. Por isso, o Furacão tenta esgotar todas as possibilidades para pagar o mínimo possível pela permanência do jogador, que virou uma das referências da equipe, xodó da torcida e foi o pilar do sistema defensivo atleticano na Série A do ano passado. A permanência do atleta é uma das principais prioridades da diretoria para a Libertadores deste ano.

Deportivo Maldonado

“Um clube onde os craques nunca jogam”. É assim que o modesto Deportivo Maldonado, do Uruguai, é conhecido. Vários nomes de importância assinaram com o clube nos últimos anos, mas nenhum deles atuou na agremiação, que serve apenas como ponte de transferências para centros mais badalados.

O time disputa o segundo escalão local e tem média de público de 200 torcedores por jogo. Duas transferências milionárias em 2016 direcionaram novamente os holofotes da imprensa mundial para os uruguaios.

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Os argentinos Jonathan Calleri e Gerónimo Rulli pertenciam ao Maldonado antes de se transferirem para os ingleses West Ham e Manchester City, respectivamente. A dupla nunca esteve perto de atuar pela liga uruguaia. No entanto, somente Calleri pode render até R$ 66 milhões ao Deportivo Maldonado pela negociação.

O clube foi adquirido em 2010 por investidores britânicos e passou a lucrar milhões com jogadores que não atuam por suas fileiras. Uma investigação da empresa Bloomberg em 2014 apontou que o Deportivo passou a servir então como “uma maneira de aliviar as taxas de impostos para investidores que detém direitos em transferências de atletas”, segundo o jornal The Guardian, da Inglaterra.

Além de Calleri, Rulli e Thiago Heleno, nomes como o do lateral-esquerdo Alex Sandro, ex-Atlético; Hernán Toledo, da Fiorentina; Willian José, ex-São Paulo; já assinaram contrato com o Maldonado, sem nunca jogar.

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Rentistas

Esta não é a primeira vez que o Atlético se vê envolvido em uma negociação com um clube que funciona nos moldes do Deportivo Maldonado.

Em 2000, o Furacão negociou o atacante Lucas com o Rentistas, também do Uruguai: R$ 13,3 milhões por 50% dos direitos econômicos do jogador. Atualmente, em valor corrigido pela inflação, a transação significaria R$ 39,2 milhões.

Um dia após comprar do Furacão os 50%, pelos R$ 13,3 milhões, e ficar com os 100% dos direitos de Lucas, o Rentistas o negociou por R$ 37,3 milhões com o Rennes-FRA, R$ 109,9 milhões em valores corrigidos.

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