| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Único clube da Série A com grama sintética em seu estádio, o Atlético é o melhor mandante do Brasileirão. O aproveitamento rubro-negro na Arena é de 84%. No entanto, longe de casa, a equipe é uma das piores do campeonato: são apenas duas vitórias em 16 jogos e oito derrotas consecutivas como visitante. O péssimo desempenho fora da Baixada eleva a discussão sobre o tamanho da vantagem do Furacão quando atua no piso artificial.

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TABELA: Veja como está a classificação da Série A

A polêmica incomoda os jogadores atleticanos. O goleiro e capitão Weverton chegou a desabafar depois da vitória no último Atletiba na Vila Capanema, há duas rodadas, afirmando que havia acabado a “palhaçada de dizerem que o time só joga bem na grama sintética”.

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Alguns treinadores que enfrentaram o Atlético na Arena neste ano acreditam que o Rubro-Negro tem sim vantagem com o campo sintético. Caio Junior esteve na Baixada duas vezes comandando a Chapecoense. Na primeira, pela Copa do Brasil, empate sem gols. Na segunda, porém, o time catarinense perdeu de virada por 3 a 2 pelo Brasileiro.

“Jogar no sintético da Arena é realmente diferente. O jogo é muito veloz e os jogadores do Atlético estão muito adaptados, o que favorece bastante o mandante”, analisa Caio Junior.

Mandante x Visitante

O Atlético como mandante no Brasileiro: 13 vitórias, dois empates e uma derrota - aproveitamento de 85,4%

O Atlético como visitante no Brasileiro: duas vitórias, um empate e 13 derrotas - aproveitamento de 14,6%

Claudinei Oliveira também viu sua equipe ser derrotada na Arena. Quando comandava o Paraná, o treinador – atualmente no Avaí – perdeu na semifinal do Estadual para o Furacão. O primeiro jogo terminou 2 a 1 para o time de Autuori, com direito a falha do zagueiro paranista Demerson no gol de André Lima, que decretou a vitória atleticana.

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“O Atlético foi superior à nossa equipe naquele jogo e mereceu a vitória. Não ganhou por causa do gramado. Mas no segundo gol do André Lima, o Demerson foi traído pelo quique da bola”, lembra Claudinei. “A qualidade do gramado é muito boa, mas é diferente. Não é grama natural. O Atlético não é o melhor mandante por causa do gramado. O time é muito bem montado pelo Autuori. Mas acredito que alguns atletas e equipes têm dificuldade para se adaptar”, prossegue.

“Jogar no sintético da Arena é realmente diferente. O jogo é muito veloz e os jogadores do Atlético estão muito adaptados, o que favorece bastante o mandante

Caio Junior Técnico da Chapecoense

Roberto Cavalo foi o primeiro técnico a encarar o Atlético, pelo Criciúma, na estreia da grama sintética em duelo válido pela Primeira Liga, em fevereiro. Os catarinenses perderam por 1 a 0. “Achei espetacular e não foi a causa da nossa derrota. O campo ficou bonito, dá mais qualidade de bola e jogador com mais dinâmica se sobressai”, disse na época o ex-jogador do Furacão nos anos 80 .

O comandante do Atlético, Paulo Autuori, admite a diferença entre o gramado natural e o sintético, mas afirma que a maioria dos adversários aprovam. “Muitas equipes que nos enfrentaram gostaram. Agora a bola rola com muito mais rapidez. Mas vi equipes que foram jogar com a bola no chão que tiraram proveito”, disse Autuori em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil.

O próximo rival do Atlético é o Cruzeiro, sábado (29), às 16h30, na Arena da Baixada, pela 33ª rodada do Brasileirão.

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