A ideia de trocar a mascote do Atlético , o Cartola, sugerida nesta quinta-feira (14) pelo presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, não poderia ocorrer em um momento mais propício.
O especialista em marketing esportivo e negócios do esporte, Erich Beting, acredita que a proposta pode ser positiva para o Furacão, pois o fácil acesso dos torcedores a ferramentas de interatividade garantiria a rápida disseminação do tema e atingiria um público mais jovem.
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“É difícil dizer se vai dar certo ou não, mas hoje há mais ferramentas para se trabalhar algo deste tipo do que jamais se teve. É o melhor momento para isso”, disse.
Para o especialista, o novo símbolo precisa dialogar obrigatoriamente com o público infantil. Segundo Beting, a criança muito nova não se identifica com um jogador, não tem a percepção do jogo. Contudo, quando se depara com uma mascote, tende a criar um laço afetivo imediato.
“Se ele é legal, simpático e faz brincadeiras, rapidamente cativa a criança para uma boa associação na relação de consumo e paixão na frente”.
O clube já realizou um concurso em 2010, mas as mascotes aprovadas na época não emplacaram. A nova seleção será discutida por uma comissão formada por sócios e conselheiros para escolher um substituto para o tradicional Cartola, mascote oficial, e o Furacãozinho, usado em algumas ações de marketing.
“É interessante discutir isso com a torcida para que ela dê sugestões e tenhamos um consenso maior sobre qual mascote nos representa”, explicou o presidente Luiz Sallim Emed.
O Cartola, por sinal, não é uma imitação da mascote do Fluminense, como sugeriu Petraglia nas redes sociais. Ele é uma representação dos torcedores do Internacional, um dos clubes que originaram o Atlético e que iam aos jogos vestidos dessa forma.
Tradição
Beting sugere que a nova mascote tenha relação as tradições do clube. “Não adianta criar um concurso com a mascote mais bonita e bem votada se ele não tiver identidade com a história do clube. Invariavelmente, depois do primeiro impacto, terá de ser refeita no futuro”, avisa.
O professor de Educação Física e pesquisador do Núcleo de Estudos do Futebol e Sociedade da UFPR, André Capraro, autor de um artigo científico sobre a identidade futebolística do torcedor do Atlético, reforça o cuidado com a mudança. “É arriscado demais mexer em determinadas tradições, pois você pode acabar jogando o produto no limbo se ele ficar sem a identidade esperada”, diz.