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Teve até voo de paraglider em Prudentópolis na partida que abriu o Campeonato Paranaense: calor de 30º e cansaço contribuíram para o 0 a 0 | Antônio More/Gazeta do Povo
Teve até voo de paraglider em Prudentópolis na partida que abriu o Campeonato Paranaense: calor de 30º e cansaço contribuíram para o 0 a 0| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Emocionado, Rodolfo exalta cura e recomeço

O goleiro Rodolfo teve um retorno emocional ao futebol ontem, em Prudentópolis. Depois de 588 dias longe dos gramados por doping, o jogador de 22 anos fechou o gol do Atlético no empate por 0 a 0 com o Tigrão, na estreia do Paranaense. "[Foi o] reinício da minha carreira. Fui muito bem hoje [ontem], o time também. Acho que concretizou minha volta", falou o arqueiro, com a voz embargada.

Capitão do sub-23, Rodolfo mostrou muita segurança na meta. Fez defesas importantes que valeram um ponto para o time de Petkovic e uma vitória pessoal para ele mesmo. "Me passou muitas vezes na cabeça que iria acabar minha carreira, mas muita gente acreditou no meu potencial e, mais importante, eu acreditei em mim mesmo."

O sérvio Petkovic e o sub-23 do Atlético não tiveram vida fácil ontem, na estreia do Paranaense 2014. O empate sem gols com o Prudentópolis, fora de casa, é a primeira amostra da dificuldade que o treinador novato terá à frente da equipe de garotos no campeonato. O calor de 30ºC – com sensação térmica bem mais elevada – e campo pesado e de pequenas dimensões do Estádio Newton Agibert não o ajudaram a começar vencendo na nova função.

"Se entrasse em campo nessas condições, no meu estado físico, eu duraria três minutos. O jogo foi bom, conseguimos alguns contra-ataques bons nesse calor, a garotada se superou. Foram até onde eles podiam chegar hoje [ontem]", resumiu o participativo técnico, que tinha o ex-lateral Marcão ao seu lado como auxiliar e um assistente de sua terra natal gritando das arquibancadas.

Quase sempre em pé no banco de reservas, Pet iniciou o jogo de camisa branca com as mangas abotoadas. Mas não demorou muito tempo para ele arregaçá-las e começar a orientar seus jovens comandados. O principal alvo era o atacante Douglas Coutinho. "Abre e joga pelo lado para depois entrar pelo meio", orientava o europeu, que chegou a pedir ao lateral-direito Jean Felipe jogar mais perto do camisa 11 para tentar tabelas rápidas.

Petkovic também cobrava que seu time jogasse marcando pressão e com a bola no chão e se desesperava quando não era atendido. Chutões foram muito comuns no duelo com o Tigrão, já que o campo era curto e ambas as zagas precisaram, por diversas vezes, cortar contragolpes.

A condição climática impediu que as ordens do sérvio fossem cumpridas à risca, mas mesmo assim a primeira atuação atleticana no ano satisfez o treinador, apesar do empate contra um adversário claramente inferior e autodeclarado candidato ao rebaixamento.

"Estamos trabalhando a menos de três semanas, estou satisfeito, fizemos coisas boas no jogo. O grupo tem potencial, durante o campeonato o time vai melhorar bastante. Poderíamos ter levado três pontos, merecemos. Se eles continuarem assim, tocando a bola, agredindo o adversário, os gols por merecimento e competência vão sair", disse Petkovic.

O goleiro Rodolfo, que voltou a jogar após sua suspensão por doping, também aprovou o debute do sérvio. "Ele deixa o grupo muito alegre e dá confiança para os meninos. Ele estreou como técnico e está de parabéns. Agora é dar sequência", falou o camisa 1, que volta a atuar na próxima quarta-feira, contra o Toledo, no Ecoestádio.

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