Vacilo
Olé desconcentra time e Mancini cobra seriedade
Uma vitória tranquila por pouco não se transformou em decepção ontem na Vila Capanema. O Atlético vencia por 2 a 0, já aos 41 minutos do segundo tempo, quando a torcida passou a gritar "olé". O time desconcentrou-se em campo permitindo o gol do Santos e quase o empate.
O capitão Paulo Baier deixou o gramado na bronca: "Ainda precisamos aprender muitas coisas. O futebol é sério. Não podemos cair na empolgação da torcida, gritos de olé, temos meninos novos. Na hora de dar chutão tem que dar lá para frente", alertou o meia de 38 anos, o mais experiente do Furacão.
Vagner Mancini também desaprovou o comportamento da equipe nos minutos finais. "Temos de levar com muita seriedade o jogo. Estava relativamente fácil, faltavam sete minutos. Foi importante que tenha acontecido isso e que os atletas possam entender que seriedade é palavra chave para conseguir o que foi designado", comentou o treinador.
Em apenas 11 partidas, o Atlético alcançou a proeza de virar de ponta cabeça a tabela do Brasileiro. Após a 7.ª rodada, na metade de julho, o Furacão era o vice-lanterna. Com a vitória por 2 a 1 sobre o Santos, ontem, na Vila Capanema, atingiu a vice-liderança com 33 pontos, a quatro do Cruzeiro.
A escalada vertiginosa coincide com a chegada do técnico Vagner Mancini, antes do revés no Atletiba por 1 a 0 o último da equipe em jogo que o substituto de Ricardo Drubscky não trabalhou. Desde então, oito triunfos e três empates.
"É muito expressivo, ainda mais diante do quadro que existia. Temos que comemorar. O torcedor está orgulhoso, não só pela reação, mas também pela entrega dos atletas. Ninguém fica 11 jogos invictos sem uma mobilização geral", resume Mancini.
Já dá para pensar em título? Mancini prefere esperar: "Fico ainda com os pés no chão. É natural que o torcedor e a mídia enxerguem dessa forma, o Atlético está se sustentando em cima da tabela. Se chegar lá na frente e tivermos com o mesmo ímpeto, passamos a sonhar".
A partir da 15.ª rodada, quando bateu o Criciúma (2 a 1), o Rubro-Negro foi subindo uma posição por vez. Era quinto, foi quarto, terceiro e só perde a segunda colocação caso o Botafogo supere o Coritiba por três gols de diferença, hoje, no Maracanã.
Ascensão baseada em uma defesa firme e um ataque mortal. Combinação que surtiu efeito logo que a bola rolou contra o Peixe. Aos 6 minutos, Paulo Baier esticou para Marcelo, o atacante/velocista cortou Léo e soltou um petardo: 1 a 0.
A partir daí, os visitantes passaram a controlar o confronto, com alguns lances de perigo dentro da área. Os donos da casa reequilibraram as ações e, aos 37 minutos, fizeram o gol que praticamente sacramentou o destino dos três pontos.
Paulo Baier cobrou falta na área, Luiz Alberto tentou duas vezes até Marco Antônio mandar para as redes de primeira: 2 a 0. Foi o primeiro jogo do ex-gremista como titular, no lugar de Everton, desfalque em virtude de uma amigdalite.
"No começo eu tive algumas falhas, estava um pouco perdido em campo. Depois cresci na partida. O gol eu dediquei para a minha filha Júlia que está vindo aí", disse o meia.
Quando tudo parecia definido, no entanto, o Santos assustou. Marcou aos 41 minutos, com Emerson invadindo a área pela esquerda e tocando rasteiro. Tento que obrigou o Atlético a se virar de qualquer jeito até o apito derradeiro.
No próximo domingo, será a vez de enfrentar o Vasco, às 18h30, em São Januário. O lateral-esquerdo Pedro Botelho seguirá de fora, tratando do joelho esquerdo. O também lateral-esquerdo William Rocha deixou o embate de ontem contundido e é dúvida. Também não há previsão se Everton poderá retornar.
Imagens da vitória atleticana
Deixe sua opinião