Com a derrota por 2 a 1 para o Sporting Cristal, do Peru, a fase principal da Libertadores se aproximou ontem do Atlético após nove anos de separação. E o torneio que prega a raça acima do futebol bonito, a disposição acima da técnica, cobrou caro do Furacão. Com apenas 20 dias de treinamentos sob o comando do técnico Miguel Ángel Portugal, El Paranaense não apresentou em Lima a intensidade demonstrada na temporada passada, com Vagner Mancini e sua filosofia de futebol simples e eficaz.
Mesmo assim, o jovem time só depende de uma vitória simples na próxima quarta-feira, em Curitiba, para consolidar seu espaço na fase de grupos da competição continental. Um empate basta para os peruanos, que miram a vaga e a premiação de R$ 2,2 milhões. Quem for eliminado fica com apenas R$ 900 mil, fora a decepção.
"Teremos de ganhar a partida, senão não passaremos. Teremos uma proposta atrevida, no segundo tempo mostramos que é possível", resumiu Portugal, que terá bastante trabalho psicológico até o novo confronto.
Ontem, o Furacão percebeu logo de cara a pressão local. A tribuna Sul do Estádio Nacional, onde ficam os torcedores mais vibrantes, ditava a intensidade do jogo dos Cervezeros a cada cântico. Com nenhuma experiência em jogos de Libertadores, os rubro-negros sentiram a pressão. Erravam passes fáceis e comprometiam a saída de bola, rifando a pelota para o campo de ataque. Isolados, Marcelo e Éderson não produziram.
Outro problema era o posicionamento avançado na defesa. Mais propenso a erros pelo barulho incessante das arquibancadas, o time de Portugal ainda ficava vulnerável aos contra-ataques, principalmente com Irvin Ávila e Yotún.
Para tentar diminuir a pressão dos peruanos, Weverton, até então impecável nas defesas, chegou a tirar as luvas para amarrar as chuteiras, obrigando o árbitro Enrique Osses a parar o jogo. A interrupção precedeu o gol de Ávila (30/1.º). Após erro de Deivid no domínio de bola no meio de campo, um contragolpe bastou para que o Cristal incendiasse o estádio.
Mesmo sem mexer nas peças no intervalo, Portugal conseguiu fazer o Atlético entrar no jogo no segundo tempo pelo menos ofensivamente. O empate veio com Éderson (10/2.º), após pênalti sofrido pelo lateral-esquerdo Natanael, ex-Cuiabá, que estreava pelo clube. Contratado para a posição, o uruguaio Lucas Olaza ficou no banco.
A defensiva vermelha e preta, todavia, seguia confusa. Seis minutos depois de igualar, os paranaenses viram Carlos Lobatón desempatar em penalidade máxima inexistente.
A partir desse momento, a partida ficou totalmente aberta, com espaços absurdos deixados em ambos os lados. O gol não saiu por detalhe. E a classificação segue aberta para a partida da Vila Capanema.
"Saímos para tentar virar o jogo, conseguimos um gol, mas infelizmente não saímos com a vitória, que era o objetivo. Acredito que vamos virar o jogo com o apoio da torcida e nos classificar", cravou Fran Mérida, que entrou somente na etapa final.
Sporting Cristal 2x1 Atlético
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