As 139 quadras do Cemitério Municipal São Francisco de Paula reproduzem, de certa forma, fragmentos da cidade de Curitiba. Para a pesquisadora Clarissa Grassi, os cemitérios são, sobretudo, feitos para os vivos. “Eles espelham a cidade e a sociedade”, resume. Segundo ela, dois dos famosos bairros curitibanos podem ser ‘encontrados’ no cemitério municipal: o Centro Histórico (Largo da Ordem) e o Batel.
160 anos de ilustres sepulturas
A construção do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, o mais antigo do estado, foi uma forma de evitar que epidemias se alastrassem
Leia a matéria completaEla afirma que a divisão das cidades dos mortos é tão acentuada que até mesmo os terrenos que abrigam mausoléus e esculturas importadas da Europa têm um traçado diferente do restante do cemitério. “Nessa região, os lotes são caracterizados pela grande dimensão, em alguns casos há terrenos com 107 metros quadrados”, relata Clarissa.
Segundo ela, essa região remete ao bairro nobre Batel, conhecido pelas grandes mansões que abrigou na capital paranaense. De outro lado, há na entrada um espaço que abriga túmulos do início do século 19 ou início do século 20. Ali seria o centro histórico, em que o mármore – um dos primeiros materiais usados na arte tumular – prevalece.
De acordo com Clarissa, excetuando dois túmulos, um em formato de oratório e outro nicho de mármore, quase todos os demais próximos da entrada do cemitério foram demolidos e substituídos por construções mais novas. A divisão espacial de túmulos e quadras também é bem diferente nos dias atuais.
A numeração de quadras só foi implantada em 1907, tendo sido demarcado na época, um total de 24 quadras. “A motivação para demolição e construção de túmulos provavelmente foi decorrência da abertura de ruas paralelas em toda extensão da quadra durante os anos de 1936 e 1937, quando o traçado de ruas do campo santo foi alterado”, afirma a pesquisadora.
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