Bandeira da Fanáticos durante jogo do Atlético na Arena da Baixada: organizada tem força nas eleições do clube..| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A prisão de três integrantes da Ultras, uma das torcidas organizadas do Atlético, envolvidos na tentativa de homicídio de um rival, também torcedor do Rubro-Negro, mas integrante da uniformizada Os Fanáticos, não passou batida pelos grupos de oposição para a eleição atleticana, na primeira quinzena de dezembro.

CARREGANDO :)

Com papel decisivo no pleito, as organizadas – apesar do ocorrido – ganham respeito (ou o silêncio) dos candidatos à sucessão de Mario Celso Petraglia. A guerra entre as facções é praticamente um tabu na disputa eleitoral do clube.

POLÍCIA GAÚCHA é obrigada a separar Ultras e Fanáticos no Beira-Rio

Publicidade

A chapa Democracia Atleticana pode ter um ex-integrante da Fanáticos como candidato à presidência. O empresário Nadim Andraus tem ligações estreitas com a torcida e carrega consigo o apoio de boa parte das lideranças. Já José Carlos Farinhaki, ex-presidente do clube e coordenador da campanha, também tem um histórico de bom relacionamento com a facção.

“Não temos ainda o apoio oficial, mas temos a maioria disparada ao nosso lado. Tem uma pequena ala que ainda está em dúvida, que tem afeição e laços com o [Henrique] Gaede [liderança do outro grupo de oposição]”, explicou Judas Tadeu Mendes, um dos principais nomes do grupo que tem Nadim como candidato.

Publicidade

Mendes confirma que a presença da torcida será grande numa eventual vitória de seu grupo. “Estão trabalhando, botando a mão na massa. Eles podem ocupar posições importantes no nosso grupo”, contou. Para ele, o apoio só não é oficial por uma eventual perseguição que o atual presidente, Mario Celso Petraglia, possa promover a partir disso. Por isso a organizada se mantém oficialmente neutra.

Petraglia contou com o apoio da Fanáticos para se eleger em 2011. Agora manifesta pouco apreço pela organizada e não deve ter seu apoio nessa eleição.

Henrique Gaede prefere manter a cautela ao tratar do tema. Para ele, em tom político, o relacionamento com todas as torcidas deve ser respeitoso, com a preservação da independência de cada uma e atendimento às expectativas em comum. “Vamos firmar um compromisso mútuo para que a convivência seja a melhor possível e a festa dentro do estádio esteja garantida”, disse.

Quanto aos casos de violência, como aqueles que desencadearam as prisões desta quarta-feira, Gaede garante rigor no trato com os envolvidos. “Não se tratam de torcedores, mas sim de marginais. É, portanto, caso de polícia”.

Publicidade

O candidato ao conselho deliberativo garante que antes de conversar sobre o fim da animosidade entre Fanáticos e Ultras, é preciso resguardar a segurança de todos.

Judas Tadeu Mendes vê o caso desta quarta como um fato isolado. Para ele, caso seu grupo vença, uma simples divisão de espaço poderia acabar com o problema. “A Ultras poderia ficar lá do lado oposto, por exemplo, e a festa poderia ser dos dois lados. A própria Fanáticos disse que não é contra a outra. Com diálogo, acho que podemos nos portar como civilizados”, concluiu.

O Atlético não se pronunciou sobre a briga de torcedores, bem como não definiu quem será o candidato da situação e qual seria seu relacionamento com as organizadas.