O clássico entre Paraná e Atlético, marcado para hoje, às 16 horas, virou uma incógnita e ganhou um vilão. O péssimo estado do gramado da Vila Capanema, somado à tardia movimentação paranista para trocar a partida de local, colocaram na mão do árbitro Fábio Filupus e da previsão do tempo a decisão de a bola rolar ou não no Estádio Durival de Britto e Silva.
Caberá ao juiz do clássico e seus auxiliares fazer o julgamento das condições de jogo no arrasado campo tricolor. Devido à manutenção errada feito no início do mês a empresa contratada pelo clube aplicou herbicida ao invés de inseticida boa parte da grama morreu, deixando o terreno longe do ideal. Mesmo assim, apesar dos apelos pela transferência do clássico, Filipus apenas terá a palavra final para adiar o jogo em um cenário: chuva forte.
De acordo as regras do jogo, o apitador só tem o direito de suspender um duelo em caso de intempérie. "O árbitro só faz vistoria no gramado quando o tempo está chuvoso, se o campo está alagado. Se a bola correr, tudo bem. Mas quando o campo está seco não é de competência dele, não", afirma o presidente da Comissão de Arbitragem, Afonso Vítor de Oliveira.
"Pisa no buraco aqui, pisa na saliência ali e vamos embora", continuou Oliveira, ciente do elevado risco de lesão aos atletas em um piso irregular como o da Vila Capanema.
Segundo ele, apenas em um caso extremo, em que o gramado esteja totalmente desnivelado e esburacado, o juiz poderia optar pela não realização do jogo. Exceção à regra, o que Oliveira não acredita ser o caso do estádio tricolor.
Outro empecilho para o clássico ser adiado é a dificuldade para encaixá-lo no calendário estadual. Para a Federação Paranaense de Futebol (FPF), não há outra data disponível para o confronto da terceira rodada do returno.
A única possibilidade seria remarcar o confronto para o intervalo entre a Copa do Brasil, torcendo por vitória de Atlético ou Paraná na estreia por pelo menos 2 a 0, o que eliminaria o jogo de volta. Situação que não passa de uma hipótese já descartada.
A Polícia Militar (PM), que poderia apontar problemas em um cenário sem bola no domingo, mantém a estratégia de um derby normal, com cerca de 500 homens dentro e fora do estádio. A única orientação para os torcedores é não passar na região do estádio em caso de adiamento.
"É uma situação tranquila, não vai mudar nada", garantiu o major Borian Nunes Cavalheiro, responsável pelo planejamento da segurança clássico.
E se a bola rolar mesmo, o clássico vale muito para os dois lados. Dono da casa, o Tricolor quer quebrar uma escrita de 11 anos sem vitória sobre o rival na Vila Capanema são cinco derrotas e dois empates desde 2002. Além disso, alcançaria dois triunfos seguidos sobre os rubro-negros, feito que não acontece desde 1997, e seguiria vivo no objetivo de conquistar o segundo turno do Paranaense.
O líder Atlético, por outro lado, tenta manter o embalo do sub-23, que vem de três triunfos consecutivos, mesmo sem agradar ao torcedor.
"Queremos mais imposição, leveza. Trabalhar e cometer o mínimo de erro possível. O Atlético tem uma garotada leve rápida e tudo isso vamos enfrentar", resumiu o técnico paranista Toninho Cecílio.
Tudo isso e o vilão chamado gramado.
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