Ate o início de dezembro, o sócio rubro-negro terá de se acostumar com a movimentação de uma típica corrida eleitoral, com adesivos, camisetas, comitês, propostas, carreata, cabos eleitorais e o corpo a corpo dos candidatos. Conheça abaixo como as coisas vão funcionar até a consagração do grupo que comandará o Atlético pelos próximos três anos.
Comitês
Cada chapa possui quartel-general próprio, local para fazer um churrasco, servir um pão com linguiça, definir as estratégias, guardar o material. Os três, claro, são próximos da Baixada.
Saiba como está a situação contratual dos cinco principais jogadores do Atlético
Leia a matéria completaO bunker da Atlético de Novo está na Av. Getúlio Vargas, aberto no final do mês passado. A Democracia Coração Atleticano usa uma casa na Rua Brigadeiro Franco, de frente para o Joaquim Américo, mesmo local que serviu aos propósitos da Capgigante na eleição anterior. Por fim, a chapa de situação deve abrir um endereço na Rua Brasílio Itiberê.
Cabos eleitorais
Campanha que se preze tem que contar com apoios de peso para convencer o eleitorado. A Atlético de Novo aposta em Marcus Coelho, presidente campeão brasileiro pelo clube em 2001 – o ex-atacante Renaldo também veste a camisa da chapa.
A Democracia Coração Atleticano tem no ex-presidente José Carlos Farinhaki seu grande “puxador” de votos. O Polaco foi um cartola popular no início dos anos 90, especialmente entre a torcida organizada Os Fanáticos, e principal articulador da volta do clube para a Baixada.
O principal cabo-eleitoral, entretanto, ainda não se manifestou. A Fanáticos aparece como neutra no processo. Certeza de grande número de votos, a facção tem sido cortejada pelos dois grupos de oposição. Em 2011, apoiou a Capgigante.
O grupo de situação ainda não se manifestou. No pleito anterior, Petraglia reuniu boa parte do time campeão brasileiro em 2001 para fazer boca de urna na Baixada durante o dia de votação.
Propostas
Como toda eleição, há espaço farto para apresentar propostas. Das mais simples até as mais absurdas. A maioria pouco concreta, como melhorar o rendimento da equipe e até recuperar a “raça” dos jogadores.
Na eleição passada, a chapa Capgigante, do presidente Petraglia, apontou quantos títulos o Atlético conquistaria em 10 anos (até 2021): um Mundial, um Brasileiro, duas Copas do Brasil, uma Sul-Americana e seis Paranaenses. Em quatro anos, o Furacão faturou apenas o título da Marbella Cup, em 2013, torneio amistoso disputado num balneário da Espanha. Desta vez, o grupo de situação ainda não se manifestou.
A chapa Atlético de Novo tem como objetivo reaproximar o torcedor do clube, resgatar o “atleticanismo”. Trata ainda da reformulação do plano de sócios, revisão da política de ingressos, maior transparência, criação de um conselho gestor etc.
A Democracia Coração Atleticano, por sua vez, apresenta um diferencial polêmico. Propõe uma mudança no estatuto para criar um conselho consultivo com uma das vagas reservadas para a torcida organizada Os Fanáticos. O grupo também aposta em devolver o “Atlético aos atleticanos” e dar prioridade ao futebol.
Material
Camisetas, adesivos, banners, bandeiras, jornais, panfletos, não há limites para a promoção das chapas que pretendem comandar o Furacão. Neste sábado (7), a Confraria do Atlético, grupo que apoia Mario Celso Petraglia, fará um “adesivaço” para promover o grupo de situação.
As oposicionistas Atlético de Novo e Democracia Coração Atleticano também prometem grande distribuição de material antes do confronto do Furacão com o Avaí. Não será surpresa se a arquibancada da Baixada virar palco para o confronto político.
Propaganda política
A eleição deste ano já superou as demais em termos de propaganda das chapas, por causa das redes sociais. Facebook, Twitter, Instragram e WhatsApp são as ferramentas mais eficientes para atingir os torcedores atleticanos.
As duas chapas de oposição já trabalham forte no meio virtual, cada qual com suas páginas próprias. A Atlético de Novo foi além e apresentou dois vídeos com Henrique Gaede, candidato à presidência do Deliberativo, nos moldes dos programas políticos de televisão. Peça produzida pela agência Deiró.
E quando se trata de redes sociais, não faltam também desinformação e ataques de toda sorte. Trabalho sujo feito pelos próprios integrantes das chapas, pelos entusiastas, torcedores comuns, muitas vezes usando perfis anônimos e fakes.
Financiamento
A grana para pôr a campanha na rua é assunto tabu, mesmo considerando que se trata de um pleito para entidade privada. Nenhuma das chapas gosta de abrir de onde vem o dinheiro para bancar comitês, material, jantares e deslocamentos.
Integrantes da Atlético de Novo afirmam que a chapa é sustentada pelos voluntários. Não há patrocínios. Na Democracia Coração Atleticano, Nadim Andraus tem colocado a mão no bolso para bancar boa parte dos gastos.