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Banco de dados é prática comum no mercado internacional

Recorrer a bancos de dados para contratar é prática comum no futebol internacional. Empresas especializadas fornecem a clubes estatísticas completas e vídeos de potenciais contratados, em troca de grandes somas de dinheiro.

O principal software é o Scout7, criado em 2001 e com 150 clientes em todo o mundo, incluindo 75% dos times da Premier League – a primeira divisão do Campeonato Inglês. Os dados são compilados com imagens de 11 câmeras dispostas pelo estádio. O cliente mais famoso do programa é o Manchester City, que em junho teve de responder, junto com a empresa, a perguntas sobre o hackeamento do seu banco de dados.

O principal concorrente é o Prozone, mantido por uma empresa russa. Em troca de US$ 50 mil, o programa oferece estatísticas completas de todos os jogos e vídeos captados com quatro câmeras.

O contratante pode escolher uma partida e um atleta específicos e recebe o material 6 horas depois, com números e animação em duas e três dimensões do deslocamento do jogador pelo gramado. No Brasil, a Prozone está desenvolvendo um trabalho piloto com o Corinthians.

O atual campeão mundial e da Libertadores é uma exceção. Em regra, os times brasileiros usam licenças provisórias destes programas ou versões nacionais. No Coritiba, por exemplo, o banco de dados é fornecido por um software que pertence ao superintendente de futebol Felipe Ximenes. (LMJ)

Atleticanas

Novo vice?

O Atlético não deve ficar muito tempo sem um vice de futebol, cargo vago desde domingo, quando João Alfredo Costa Filho anunciou sua saída. O conselheiro Nadim Andraus ganha força nos bastidores.

Dirigente/empresário

Dono do Andraus, parceiro do Atlético, ele não vê incompatibilidade entre essa atividade e a vice-presidência. "Me afastei há dois anos do clube, que é tocado pela minha família", diz. O Andraus tem direito a 30% da revenda dos atletas que indicar ao Atlético e 5% daqueles que o Furacão mandar para lapidação no clube amador.

Time

Paulo Baier não participará da estreia de Vagner Mancini como técnico do Atlético, amanhã, às 19h30, contra o Paysandu, em Belém, pela Copa do Brasil. Ele e o zagueiro Luiz Alberto serão poupados.

Apontado como um dos motivos para a saída do vice-presidente de futebol, João Alfredo Costa Filho, o método de contratações do Atlético mudou em 2013. Ganhou um departamento exclusivo e um software para a garimpagem de jogadores. Mas até o momento entregou muito mais quantidade do que qualidade ao reforçar o Rubro-Negro.

Desde o início do ano, funciona no Furacão um departamento de inteligência, responsável por manter um banco de dados de jogadores a serem contratados. O setor é chefiado por Pedro Martins, funcionário do marketing de 2006 a 2009, que retornou à Baixada neste ano, após passagens pelo Queen's Park Rangers, da Inglaterra, o Olé Brasil e a Federação Paulista.

Ao lado dele trabalha Luiz Greco, diretor de relações internacionais do Atlético, com experiência no Cruzeiro e dono de uma empresa de gerenciamento esportivo com trânsito no Leste Europeu. Há um terceiro integrante, remanejado de outro departamento.

O trio trabalha com o auxílio de um software que, segundo a Gazeta do Povo apurou, foi desenvolvido por Antônio Carlos Gomes, ex-diretor científico do CT do Caju. O programa fornece estatísticas completas dos alvos do clube. Um procedimento normal no exterior há cerca de uma década e em expansão no Brasil, mas que no Atlético tem uma particularidade. Enquanto no mundo inteiro os observadores fazem uma triagem e levam os nomes à direção, no Furacão o caminho é inverso.

"Os dados servem simplesmente para referendar a contratação que a presidência determinou anteriormente. Eles fazem uma análise do jogador e passam o parecer para o presidente. Sendo contrário ou favorável [o parecer], fica a critério único e exclusivo dele a contratação", contou o ex-vice.

Costa Filho cita as contratações do meia espanhol Fran Mérida e do atacante Dellatorre, que veio recentemente do Porto B. "Já estava concretizado o negócio. Fica só pró forma para ter um documento que referende o que estava decidido", explicou o ex-dirigente.

Dellatorre ainda aguarda a publicação do seu nome no BID para poder estrear. Mérida tem sofrido com contusões e jogou apenas 39 minutos. É o padrão das contratações do Atlético neste ano, período com o departamento de inteligência em funcionamento. O Furacão contratou 25 jogadores em 2013. Apenas quatro foram titulares e dois ficaram no banco no Atletiba. Para Costa Filho, números que comprovam uma política equivocada do clube, que deixa em segundo plano até o diretor de futebol Antônio Lopes.

"O Lopes tem poder limitado. O aquário dele é muito pequeno", diz o ex-dirigente. "Temos de contratar por 'olhômetro', com pessoas experientes no futebol, não por meio de pessoas técnicas com auxílio do computador", criticou.

Ano passado, Costa Filho participou diretamente da remontagem do time durante a Série B. Um pacote de dez jogadores elaborado por ele, o ex-diretor geral Dagoberto dos Santos e a comissão técnica. Aquisições no formato tradicional, com observação in loco e contatos com informantes.

"A inteligência éramos nós", resumiu Costa Filho, ironizando o departamento que, ao menos no Atlético, ainda não deu o retorno que clubes do mundo inteiro colhem com procedimento similar.

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