A chapa Democracia Atleticana prometeu devolver o Atlético para os atleticanos em entrevista coletiva nesta terça-feira (27). Para que isso efetivamente aconteça, propôs mudança estatutária para a criação de um conselho consultivo gestor e prometeu uma das vagas à torcida organizada. Com a aproximação, o ex-presidente José Carlos Farinhaki, principal articulador do grupo, a ideia é resgatar empatia entre time e torcida.
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Leia a matéria completaQuestionados sobre o diferencial da chapa, os integrantes bateram na tecla da abertura do clube, tanto para os seus sócios, quanto para torcedores do clube que não contribuem com mensalidades. Aliás, para estes, pretendem reformular o plano de sócios e baixar o valor dos ingressos.
“A chapa foi formada por atleticanos que querem resgatar o atleticanismo que se perdeu. Não vemos mais isso no estádio. Não quero mais passar perto do estádio e ser olhado diferente por aqueles que lá estão, me sentir estranho. O clube é meu, é dos sócios, não de um só”, disse Carlo Renato Borges, advogado, primeiro vice na chapa encabeçada pelo empresário Nadim Andraus.
Para Borges, a torcida precisa se ver representada no clube. “Como é que podemos exigir que a torcida faça a festa nas arquibancadas e vá aos jogos, se essa mesma torcida não tiver voz dentro do clube? Queremos a participação das organizadas, do torcedor da Getúlio, da Madre Maria. Ninguém é mais atleticano que ninguém”, explicou.
No panfleto distribuído para a imprensa com as propostas da chapa há destaque para algumas falas polêmicas do atual presidente Mario Celso Petraglia, que exemplificam esse distanciamento de time e torcida. Entre elas, uma em que o mandatário diz que os atleticanos não merecem a Arena da Baixada, em imagem flagrada por uma rede de televisão, e outra em que o dirigente menciona que estaria satisfeito como administrador se apenas um torcedor comprasse todos os ingressos.
“Isso é fazer não é fazer um Atlético para atleticanos. Queremos um time para todos. É melhor três torcedores pagando R$ 50 no ingresso do que um só pagando R$ 150. Vamos abrir um canal direto com o torcedor que sempre sonhou em ajudar o clube do coração”, concluiu Borges.
Para Andraus, o clube deve se focar no futebol acima de tudo. “Temos de ter um time capaz de ganhar o título do Paranaense e até um Atletiba antes de querer ganhar uma Sul-Americana, um Brasileiro, um Mundial”. Segundo ele, o futebol vai se sobressair até à Arena da Baixada, chamada por ele de Joaquim Américo. “A prioridade é esquecer shows, teto retrátil. Grama sintética? Jamais. Futebol é nossa paixão”, disparou.
O grupo ainda não definiu o nome do candidato à presidência pelo conselho deliberativo e promete a chapa completa, com plataforma de gestão, para o dia 13 de novembro em um jantar. Até lá, Andraus colocou o cargo à disposição com o objetivo de mostrar que não há vaidades no grupo e que eles ainda buscam outros apoios.
Sobre uma fusão com os demais grupos de oposição, os integrantes da chapa se sentem desrespeitados pela outra chapa, a Atlético de Novo. As conversas acontecem há bastante tempo, mas o grupo de Henrique Gaede não cede espaço, segundo Judas Tadeu Mendes, articulador da Democracia Atleticana.
“Exigimos acima de tudo respeito. No começo do ano eles ofereceram o conselho administrativo e queriam o deliberativo. Estava tudo certo. Depois quiseram também o administrativo. Assim fica difícil chegar a um acordo”, disse.
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