Colorado quer evitar apagão inicial
O Internacional quer evitar vacilos no começo do jogo para eliminar o Atlético. Nos dois empates entre os times nesta temporada, o Furacão abriu o placar em cinco minutos. Pelo Brasileiro (11/8), João Paulo marcou com 37 segundos. No primeiro confronto das quartas de final da Copa do Brasil, Paulo Baier balançou a rede, de falta, com apenas quarto minutos de partida.
"Tomamos o gol no começo dos jogos, o que muda muito a dinâmica da partida. Nesses dois duelos eles tiveram sempre a chance do contra-ataque. Fomos fortes para igualar o marcador. É importante ter uma postura melhor, não tomar, e buscar o nosso gol", pede o zagueiro Juan.
Já o técnico Clemer, há cinco partidas no comando do Colorado desde a saída de Dunga, mira um time dinâmico em Curitiba. Para ele, a velocidade será fundamental. "Ter paciência não é o mesmo que ser lento. Na hora em que tiver que sair forte, sairemos. E quando tiver que marcar forte, marcaremos. O importante é estar consciente disso. Já falei com eles da importância do jogo", disse.
Superar o cansaço acumulado virou condição para o Atlético tentar fazer história hoje, às 21h50, contra o Internacional, na Vila Capanema.
Um empate sem gol basta para o time de Vagner Mancini avançar pela primeira vez à semifinal da Copa do Brasil. Porém, sem uma semana cheia para treinos e sem descanso desde o início de julho, a fadiga dá sinais de que será outra adversária pela vaga inédita.
Vitória ou igualdade por dois ou mais gols dá a classificação ao Colorado em caso de 1 a 1, resultado do confronto de ida, a decisão será nos pênaltis.
Com média de um jogo a cada 3,5 dias desde a estreia de Vagner Mancini (17/7), o Furacão não resistiu à maratona e caiu de rendimento. Nos primeiros dez duelos do atual treinador, para efeito de comparação, o aproveitamento foi de 73%. Nos dez últimos, a estatística caiu para 56%.
A principal demonstração do desgaste atleticano aconteceu na derrota para o Goiás, por 3 a 0, domingo passado, pelo Brasileiro. O calor contribuiu para a atuação ruim, mas a falta de combatividade não foi causada exclusivamente pelos 32ºC registrados em Goiânia.
Nesse jogo, o atacante Marcelo se tornou baixa para a decisão na Copa do Brasil. Ele lesionou a coxa esquerda e deve ficar duas semanas em tratamento. Duas rodadas antes foi o lateral-esquerdo Pedro Botelho quem se machucou. Até então, os titulares haviam passado ilesos por lesões musculares. Não fosse a pré-temporada de quase quarto meses, que excluiu o time principal do Estadual, a situação seria ainda mais preocupante.
Especialmente diante de um momento que exige o físico em dia. "Quero que os jogadores se comprometam com cada lance do jogo", resumiu Mancini, em entrevista à rádio oficial do clube.
"Os jogadores estão convictos de que vão ter de derramar sangue, jogar com muita alma. Muitas vezes não dá para fazer um futebol vistoso. Eles vão ter de brigar por cada centímetro. É isso que espero", completou o técnico, que também não terá o titular João Paulo e o reserva Fran Mérida, suspensos. Não inscritos no torneio, Roger e Bruno Silva ficam fora Deivid, Zezinho e Éderson ganham oportunidade.
Descansado, o meia Paulo Baier é uma das novidades para tentar deixar o Furacão a quatro partidas do título inédito. O atacante Douglas Coutinho, no lugar de Marcelo, é a outra. "A gente fala desse jogo há bastante tempo. Temos de esquecer o que passou, a derrota para o Goiás. Vamos com tudo para chegar à semifinal", fechou o meia Everton, pronto para o intenso duelo na Vila Capanema.
Lucro
De acordo com levantamento da consultoria Pluri, o Atlético lidera com folga o ranking do resultado financeiro dos clubes brasileiros nos últimos seis anos. Entre 2007 e 2012, o Furacão obteve resultado líquido de R$ 118 milhões, enquanto Corinthians e São Paulo, segundo e terceiro colocados, tiveram lucro de R$ 10 milhões e R$ 8 milhões no mesmo período, respectivamente.
Chamam a atenção os números do clube no ano passado. Foram R$ 122 milhões de superávit, o maior da história do futebol nacional. A conta, porém, é turbinada pelo repasse de títulos de potencial construtivo para a reforma da Arena da Baixada.
Até 2011, o Atlético registrava déficit de R$ 5 milhões, o que o colocaria na sexta posição do levantamento.