O Atlético corre o risco ju­­rí­­dico de ser responsabilizado pelas dívidas da CAP S/A, Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada para administrar a reforma da Arena da Baixada. Quase um mês após a inauguração oficial do estádio, existem 304 títulos protestados e débitos de R$ 10,8 milhões em cartórios de Curitiba, de acordo com levantamento do jornal Tribuna do Paraná. Caso a gestora das obras não os pague, o clube pode ter de arcar com a conta.

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"Existe a premissa da des­­consideração da personalidade jurídica, o que quer dizer que quando há fraude contra os credores, os sócios podem ser responsabilizados", diz o advogado Cid Campêlo, ex-vice-presidente jurídico do Furacão, que ajudou a fazer o estatuto da SPE.

No caso, como o Atlético é o acionista totalitário da CAP S/A, a Justiça poderia pedir qualquer bem do clube, como dinheiro em conta corrente, valores referentes à bilheteria ou à transferência de atletas, por exemplo. "Todos os bens do Atlético poderiam ser penhorados, ir a leilão", explica Campêlo.

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Além das dívidas protestadas, a gestora da reforma da Baixada também precisa lidar com despesas de empresas preferiram não entrar Justiça. Ainda.

"O financeiro do Atlético não me atende mais, ficam se esquivando, não dão satisfação", diz o dono de uma locadora de máquinas que prefere não se identificar. Segundo ele, faltam pagamentos de cerca de R$ 400 mil referentes aos meses de abril e maio. "Em 2012, eles ‘impuseram’ um desconto de 18% para fazer o pagamento. Tive de aceitar", afirma o empresário.

No caso de Paulo Hen­­ri­­que Desplanches, que tem uma empresa de construção civil, o pagamento da dívida de R$ 73 mil aconteceu apenas na semana passada. "Foi complicado, eles fugiam da resposta. Me falaram que assim que entrasse o dinheiro da Fomento Paraná, pagariam. Levou quatro dias, mas cumpriram", conta o empresário, que evitou entrar com processo para continuar prestando serviço à CAP S/A.

Procurado pela reportagem, o Atlético afirmou que não dá entrevistas à Gazeta do Povo.

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