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Levir Culpi, técnico do Atlético-MG | Gladyston Rodrigues / EM
Levir Culpi, técnico do Atlético-MG| Foto: Gladyston Rodrigues / EM

O Atlético-MG não sabe o que é perder em casa há três meses. Invencibilidade deflagrada pela "alforria". Desde que o técnico Levir Culpi decidiu abolir a concentração (4/8), são 11 vitórias e apenas um empate em Belo Horizonte. Um voto de confiança bem recebido pelo grupo e só materializado após a saída de Ronaldinho Gaúcho. De volta à capital, o curitibano comenta a experiência implantada no Galo e o reencontro com o Atlético, jogo que sempre desperta a lembrança da traumática saída do clube, sob fortes críticas de Mario Celso Petraglia.

São 12 jogos invictos desde o fim das concentrações. Você tinha receio de que não desse certo?Olha, por isso que meu livro [biografia lançada esse ano], se chama Um Burro com Sorte. Porque você também precisa de um pouco de sorte. Se tivéssemos perdido os dois primeiros jogos, não ia conseguir bancar a ideia. Isso se faz na Europa, no Japão. Eu sou contra a concentração, pois se perde muito tempo de vida com a família.

E como os jogadores receberam a proposta?Eu havia sinalizado isso quando cheguei. Aqui era difícil, porque em alguns jogos eles concentravam até dois dias. Eu disse: "Eu não conheço vocês. Vocês não me conhecem. Mas se eu sentir que vocês estão fazendo tudo para ganhar os jogos, em acabo com essa merda". Tem jogador que vai sair e beber em qualquer lugar. Mas não posso punir o grupo por causa de alguns. E claro que há aqueles não gostaram muito. Afinal, em casa não dá para falar com as namoradas. (risos)

A medida coincidiu com a saída do Ronaldinho Gaúcho do clube? Não daria certo com ele?Eu não gostaria de ter a vida dele. Ele é uma estrela, não pode fazer nada, ir a um shopping, um cinema. Então, se retraiu. Ficava em casa e levava todo mundo pra lá. Ele não consegue mais pagar o preço de treinar, se concentrar. Já passou dessa fase.

Você tem uma safra boa de jovens jogadores no Galo. Como teve também quando comandou o Atlético e em outros clubes. Vocês gosta de trabalhar com novos talentos?Não fico procurando atletas para lançar. Mas não tenho receio de escalar. Se for bom, joga com qualquer idade. Aqui temos Jemerson, Carlos, Alex, Eduardo, Douglas Santos, Marion. Todos jovens. Quando passei pelo Atlético havia uma safra incrível com Alan Bahia, Jadson, Dagoberto e Fernandinho.

Você retorna para enfrentar o Rubro-Negro, onde ficou aquela rusga com o Mario Celso Petraglia. Aquela situação ainda o incomoda [o dirigente atribuiu boa parte da culpa pela perda do título de 2004 ao treinador]?Dá uma nostalgia voltar a um antigo clube. Em relação àquele ano, acho que exorcizei um pouco a situação quanto escrevi o livro. Dei a minha versão. O que me deixou mais triste e ainda me incomoda quando lembro é que não foi um ataque referente ao futebol. Atacou a honra. Como cogitar que não quis ganhar um jogo? Quem não quer ser campeão brasileiro?

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