Por alguns instantes, o torcedor do Atlético alimentou a esperança de logo no retorno à Baixada assistir outra daquelas partidas que forjaram a mística do estádio. Deivid marcou no início, Marcelo no final e a virada improvável quase veio. A vitória por 2 a 0 sobre o América-RN, porém, foi insuficiente para o Furacão sobreviver na Copa do Brasil.
Baixada, 100 anos - acesse o especial do centenário do estádio atleticano
Restou ao atleticano curtir a casa nova, agora padrão Fifa, após 1.004 dias de afastamento forçado. E ao término da partida, reconhecer com aplausos a luta dos atletas para reverter uma desvantagem de 3 a 0, placar do confronto em Natal, na semana passada.
"Nós sabíamos que era difícil, porque já é difícil fazer um gol, imagine três. Mas não deu, mesmo assim a torcida está de parabéns", comentou o lateral Natanael. Mais de 19 mil pessoas foram ao jogo.
Consolo para um time que ainda busca retomar o prumo. Após uma arrancada que o levou à parte alta da tabela no Nacional, o Rubro-Negro descambou. O técnico Doriva foi demitido, o interino Leandro Ávila assumiu de novo e Claudinei Oliveira virou a solução.
Contratado ontem, o ex-treinador do Paraná, que assistiu ao confronto das tribunas, terá pouco tempo para arrumar a equipe. No domingo, o Rubro-Negro enfrenta o Palmeiras, outra vez em casa, às 18h30, pelo Brasileiro.
Até lá, será fundamental encontrar uma alternativa para a criação de jogadas. Ontem, mesmo com o meia Nathan de volta aos titulares, para dar suporte à Marcos Guilherme, o meio de campo sofreu para alcançar a meta dos potiguares, que só fizeram cera.
Apostou nas bolas aéreas. Mas o grandalhão Cléo, bom cabeceador, já não estava no gramado. Contundido, o atacante foi substituído por Mosquito aos 21/1.º. Assim, as chances apareceram somente no "abafa". Pressão que surtiu efeito no começo, quando Deivid arrematou da intermediária, a bola desviou em Lázaro e enganou o goleiro Andrey: 1 a 0.
Depois, uma bola na trave de Dellatorre e duas defesas incríveis de Andrey, que passou pelo Atlético em 2005. No último lance, uma sequência de arrematas e rebatidas dentro da área, com o arqueiro Wéverton, inclusive, quase representou o terceiro.
Torcida retoma posse da Arena
Apesar de não conseguir a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil, o reencontro da torcida atleticana com a Arena da Baixada deixou a clara impressão de que não será fácil arrancar pontos na casa rubro-negra.
Depois da vitória de ontem sobre o América-RN, os torcedores cantaram como nos velhos tempos e relembraram que nem o diabo vence no caldeirão.
"A torcida influencia 100%, tanto que os jogadores sentem que a torcida está empurrando. O time adversário também sente o caldeirão para cima deles", diz a estudante Áurea Gontarek.
Agora completa, após dois anos e nove meses, a moderna arena potencializa o incentivo das arquibancadas, especialmente aqueles vindos do setor da organizada. As vaias para os adversários, que já eram altas na última versão do Joaquim Américo, são ensurdecedoras no estádio padrão Fifa.
E tudo isso com menos da metade da capacidade do estádio ontem o público foi de cerca de 19 mil pagantes. Após a instalação do teto retrátil, é possível dizer que o caldeirão vai ferver.
O que falta agora é a equipe retomar o caminho das vitórias. "Acho que a torcida tem de abraçar o time, já que ele não está do jeito que gostaríamos, mas com a torcida a gente consegue pelo menos não levar nenhum susto no Brasileiro", opina o consultor Willian Ribeiro.
"A torcida com certeza vai ajudar muito. Aqui é nossa casa. A torcida é forte", fala o assistente técnico Guilherme Daros.
No domingo, às 18h30, pelo Brasileirão, o Palmeiras será o segundo time a rever a força da Baixada. O jogo marca a estreia de Claudinei Oliveira no Furacão.
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