O Atlético fechou contrato para instalar na Arena da Baixada o gramado artificial ‘menos artificial’ que a tecnologia pode oferecer.
A afirmação é de Rogério Azzi, diretor comercial do GV Group, formado por empresários brasileiros e duas empresas europeias do ramo de grama sintética: a fabricante italiana Italgreen e a instaladora portuguesa Global Stadium. O acordo com o Rubro-Negro foi formalizado no dia 30 de outubro, em Portugal, e a troca do piso vai acontecer logo após o término do Brasileiro – a obra demora em torno de 60 dias para ser finalizada.
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A promessa é de algo totalmente diferente de qualquer gramado artificial conhecido no Brasil. “É um produto que não usa aquelas borrachinhas, não levanta a temperatura. É um padrão diferente, com o maior índice de aprovação da Fifa”, garante Azzi.
Ao invés da borracha, comum em qualquer cancha de futebol society, o novo gramado da Baixada levará, entre os fios, um composto orgânico chamado geofill, patenteado em 2010. No site da fabricante, a tecnologia é descrita como capaz de dar um toque natural à grama sintética – os estádios do Novara e do Spezia, ambos da Série B da Itália, contam com tecnologia similar.
“O gramado precisa de irrigação para manter a planicidade. É um processo novo e muito diferente”, sustenta Azzi, que confirma que o Atlético pretende colocar o piso sintético também no CT do Caju, mas o contrato para essas instalações ainda não foi fechado. Ele mantém os custos da colocação sob sigilo.
Nas próxima semanas, o Furacão fará uma coletiva para apresentação da grama artificial, que deve representar uma grande economia em relação aos cerca de R$ 200 mil mensais gastos para manutenção do gramado da Arena.
Três dias depois de assinar o contrato com o GV Group, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, comentou no Twitter que manter a grama natural no estádio é inviável pelos custos de eletricidade para iluminação artificial e também por causa da umidade na área onde o Joaquim Américo está localizado.
“A umidade é terrível no terreno da Baixada, estamos num fundo de vale e vizinho do rio. Humildade neste momento se faz necessária”, escreveu o dirigente.
O cenário, no entanto, não atrapalha na colocação, nem na manutenção da grama artificial. “O processo construtivo inibe qualquer problema. A Arena tem o cenário mais favorável possível para esse produto”, diz Azzi, que também banca que a qualidade do futebol não decai no piso incomum e o número de lesões é até menor.
O adeus à grama natural, no entanto, não pegou bem com as chapas de oposição da eleição marcada para dezembro. O grupo Democracia Coração Atleticano se posicionou contra a mudança de piso, enquanto a chapa Atlético De Novo considera que não era o momento correto para a diretoria tomar uma decisão desse tipo.
Italgreen
A Arena será o quarto estádio com grama sintética da Italgreen. Hoje, os estádios do Novara, da Itália, e do Irtysh, do Cazaquistão, contam com tecnologia semelhante a que será usada na Baixada. Até junho deste ano, o Estádio do Bessa, do português Boavista, também tinha a superfície artificial. Mas o clube teve de retirar o piso por determinação da Liga Portuguesa de futebol.
Além dos estádios, há vários campos de centros de treinamento com o gramado sintético. Entre os clientes da empresa italiana estão Athletic Bilbao, Manchester City, Juventus, Galatasaray e Shakhtar Donetsk. Ao todo, a empresa já instalou mais de 10 mil campos de grama artificial pelo mundo..