A Lanik I.S.A., empresa fornecedora do teto retrátil da Arena da Baixada, vai pedir a paralisação das obras no estádio atleticano. O diretor-executivo César França alega que os trabalhos para a montagem da "tampa" estão sendo realizados de forma inadequada, sem as condições de segurança recomendadas. Além disso, ele afirma que o Furacão deve dinheiro pelo serviço.
O clube entrou em contato direto com a empresa espanhola. Diferente do que afirmou o reclamante, o Rubro-Negro defende que está em dia com a Lanik e que irá tomar medidas judiciais se a cobrança continuar sendo feita.
A resposta irritou o representante da empresa. Nesta sexta-feira (12), ele protocolou junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) o pedido de uma reunião para a próxima terça-feira, além de uma vistoria na obra, com a presença de funcionários do MTE, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR), Atlético e da própria Lanik.
César França vai solicitar o embargo da obra até que tenha acesso aos projetos de segurança, laudos das peças e pagamento da dívida. "Queremos orientar e estabelecer condições de segurança do trabalho, na montagem e operação de guindastes, gruas, plataformas, averiguar os locais e as condições de trabalho. Nossa metodologia é prevenir a ocorrência de acidentes", disse.
Para o engenheiro, o Atlético não está obedecendo recomendações para evitar tragédias. Em setembro, o clube conseguiu uma liminar que obrigava a empresa a retornar ao trabalho sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A Lanik afirma, por intermédio de seu executivo, que prefere bancar a multa a continuar com a obra oferecendo riscos aos trabalhadores.
"A gente não compara uma vida com R$ 100 mil. Mais vale a segurança de uma vida. Preferimos pagar esses R$ 100 mil de multa", defendeu. "Quando falamos para não fazer içamento com ventos, relâmpagos, chuvas e garoas, por exemplo, eles não obedecem", criticou.
Na resposta que enviou ao Atlético e ao Ministério do Trabalho, César França aponta alguns problemas observados após uma auditoria que encomendou. Entre as irregularidades listadas estão, por exemplo, a falta de laudos que garantam a capacidade dos guindastes em içar as peças, o mau uso dos guindastes na Rua Buenos Aires - que não estaria preparada para receber cargas pesadas - e a proximidade das peças com a rede elétrica.
O Atlético foi procurado para se pronunciar sobre o caso, mas preferiu não comentar. O advogado do clube que cuida do caso não atendeu aos telefonemas da reportagem.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada