Além da ação que corre na Justiça, sobre a discussão dos valores da instalação, há outro entrave para o teto retrátil da Baixada. A Lanik I. S.A., fornecedora da estrutura, vê problemas técnicos para a conclusão da cobertura da nova casa do Atlético.
"Nós faríamos com a Brafer [empresa de construções metálicas de Araucária]. Mas eles não estão mais. Nunca tivemos uma reunião com a nova empresa, não conhecemos os engenheiros responsáveis, seus projetos...", aponta César França, diretor-executivo da Lanik para América do Norte e do Sul. A nova integrante da empreitada é a SGE Estruturas Metálicas. Fundada em 1995, também de Araucária, como a Brafer. Entre os serviços, trabalha com aplicação de estruturas especiais.
Fabricante do material para a "tampa" do Caldeirão, só a Lanik detém o know-how para a execução. Com origem na Espanha, em 1977, participou da colocação da cobertura (convencional) da Arena das Dunas, em Natal, e da Arena Pernambuco, no Recife.
Antes previsto para ser incorporado à Baixada internamente, com a conclusão do estádio para o Mundial, o teto retrátil terá de ser concebido pela parte externa. Tal mudança, segundo França, requer uma revisão completa nos planos.
"Nós precisamos propor políticas e diretrizes de modernização para adequar esta nova situação neste projeto completamente modificado. Não tivemos nem uma reunião sequer com a SGE", diz.
Há também outra preocupação. De acordo com França, a cobertura da Baixada padrão Copa do Mundo está desalinhada, cerca de 8 centímetros. Incorreção considerada comum em construções de grande porte, mas, ainda segundo o executivo, situação que requer cuidado extra.
"Operamos com instrumentos de alta precisão, que podem absorver esse problema. Mas precisamos elaborar um plano afinado, pois são toneladas de material sobre as cabeças das pessoas", explica o representante da Lanik.
Enquanto isso, a bronca se desenrola na Justiça. O Furacão entrou com uma ação contra os espanhóis, contestando o aumento da instalação, de 94 mil euros (cerca de R$ 288 mil na cotação de ontem) para 418 mil euros (aproximadamente R$ 1,2 milhão). O juiz Rogério de Assis, da 21.ª Vara Cível de Curitiba, concedeu liminar favorável ao clube, determinando que a Lanik reinicie a instalação em 15 dias, prazo contado a partir da citação da empresa, o que ainda não ocorreu. Estabeleceu ainda multa de R$ 100 mil diários em caso de descumprimento.
A reportagem entrou em contato com a SGE, mas não obteve resposta.
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