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Manoel foi afastado por falta de “respeito e disciplina | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Manoel foi afastado por falta de “respeito e disciplina| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

A recusa de Manoel a uma proposta de renovação contratual e a mal resolvida saída de Paulo Baier estão, na visão do empresário Neco Cirne, por trás do afastamento do zagueiro atleticano, anunciado sábado à noite, no site oficial do clube. Na nota, a direção rubro-negra acusa o jogador de indisciplina e vontade de ser negociado para justificar a decisão de deixá-lo treinando sozinho até o fim do seu vínculo, em 31 de dezembro de 2015.

"O Manoel tem quase 250 jogos pelo Atlético. No dia em que o pai dele morreu, ele estava em campo com a camisa do Atlético e não no velório. Quando ele fez gol no tempo normal e acertou pênalti para colocar o time na Libertadores, o presidente entrou no vestiário para abraçar e falar ‘tu é o melhor’. Agora vem dizer que o Manoel é indisciplinado?", questionou Cirne, à Gazeta do Povo, por telefone.

Segundo o empresário, a renovação de Manoel tornou-se um problema no mesmo dia em que ele acertou verbalmente a extensão do vínculo de Paulo Baier com o Atlético – os dois são clientes de Cirne. O agente diz ter avisado ao presidente do clube, Mario Celso Petraglia, que a oferta rubro-negra deveria ser condizente com o futebol apresentado pelo zagueiro.

"Na outra vez que o Ma­­noel renovou, foi por causa do Baier. Então deve ter reflexo da saída do Baier", aposta o empresário.

No início deste ano, o Fluminense acertou bases salariais com Manoel e enviou uma proposta oficial ao Atlético, que não foi respondida. Na mão oposta, o Furacão seguiu pressionando para que o zagueiro renovasse dentro do oferecido pelo clube, o que não foi aceito.

"Não estamos na escravidão. Ninguém é obrigado a assinar um contrato se não concorda com o que foi oferecido", afirma Cirne, que diz ter sido avisado por Manoel que Petraglia começou a fazer pressão direta pela renovação, com conversas pessoais e mensagens de texto.

"Ano passado, o [diretor de futebol Antonio] Lopes me perguntou o que eu achava de o presidente falar direto com o Manoel. Respondi: ‘Totalmente liberado’. Achei que seria uma conversa ética, profissional e tranquila, mas foi de pressão. O presidente acha que é Deus e que aquilo que ele quer deve ser aceito e ponto", contou o empresário.

Segundo Cirne, Manoel se apresenta normalmente hoje no CT do Caju e irá treinar da forma que for determinada. O empresário irá consultar dois advogados – um em Curitiba, outro em Porto Alegre – para buscar orientação sobre como proceder. Ele garante que o zagueiro cumprirá até o fim o contrato com o Atlético. Está mais preocupado com a acusação de indisciplina contra o jogador.

"Até o final do ano ele treina separado. Se no fim do ano trocar o presidente, tranquilo, volta a treinar. Se não trocar, segue treinando separado até o fim do contrato", disse Cirne.

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