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O Atlético encerra amanhã, diante do América-RN, às 19h30, o terceiro exílio da Baixada. No primeiro deles, em 1986, o clube partiu para nunca mais voltar, ao arrendar o Pinheirão, num contrato de 100 anos com a Federação Paranaense de Futebol (FPF).

Um cenário oposto ao vivido a partir de 2011, no terceiro divórcio do Joaquim Américo – o outro ocorreu em 1997, para a construção da Arena e durou até 1999. Em pouco mais de dois anos e meio do último afastamento, o Rubro-Negro investiu em parceria com a prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná cerca de R$ 330 milhões. Montante para reerguer a praça esportiva no padrão Copa do Mundo.

A mudança do bairro Água Verde para o Tarumã era uma tentativa de salvar o Furacão da penúria financeira. "A situação era muito diferente, o futebol também. O preço do ingresso era irrisório, a televisão não pagava nada, nossa realidade era dificílima", relembra Valmor Zimermann, presidente do Rubro-Negro de 1984 a 85.

De acordo com o antigo cartola, o atual presidente, Mario Celso Petraglia, participou da decisão. "O finado Milton Isfer era o presidente [1986-1987] e pediu ajuda a mim e ao [Mario Celso] Petraglia para ver o que fazer com o estádio".

A FPF, presidida por Onaireves Moura, precisava de uma equipe para movimentar o Pinheirão. E a diretoria atleticana encarava a empreitada como um ótimo negócio, mesmo sem um plano fechado para o destino da Baixada. Este ano, por causa do não cumprimento do contrato de arrendamento por parte da FPF, o clube recebeu R$ 15 milhões de indenização.

Os jogadores do Atlético na época tinham uma visão diferente da saída. "Ninguém queria. Era bom jogar na Baixada, a pressão da torcida, bem próxima do campo, a gente sabia até onde os torcedores sentavam na arquibancada", recorda o ex-meia Nivaldo, craque dos anos 80, hoje comentarista e engenheiro.

Para piorar, a transição para o Pinheirão foi complicada. "Deu tudo errado. O túnel de acesso alagava, faltava chuveiro", afirma o ex-goleiro Marolla, tricampeão paranaense pelo clube (1985, 88 e 90), atualmente trabalhando com formação de atletas.

Com o passar dos anos, o clube seguiu atolado em dívidas e via a média de público despencar – os torcedores consideravam a nova casa "fria" e "distante". Até que no início dos anos 90, a diretoria liderada pelo presidente José Carlos Farinhaki, decidiu romper o contrato com a FPF na Justiça e retornar para o antigo endereço, desta vez definitivamente.

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