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O pós-Copa deve impulsionar as receitas da Arena, motor do Atlético para o centenário | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
O pós-Copa deve impulsionar as receitas da Arena, motor do Atlético para o centenário| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Exemplo

Portugueses fizeram de estádios da Euro-2004 nova fonte de receita

Uma década para gerar receita com um estádio novo, no mais moderno padrão internacional. A experiência que o Atlético terá até o seu centenário já é bem conhecida dois dois maiores clubes portugueses. Porto e Benfica têm, há dez anos, seus novos estádios, o Dragão e a nova Luz, erguidos para a Euro-2004.

"O mercado português é muito menor que o brasileiro, mas ainda assim Porto e Benfica conseguiram transformar seus estádios em fontes de receita", compara o consultor Amir Somoggi. Nos cinco primeiros anos da nova Luz, o Benfica elevou o faturamento do estádio de 4,6 para 11 milhões de euros. Para preservar o tradicional nome do estádio, o clube português vendeu naming rights dos quatro setores. O Porto tem 20% da sua receita proveniente do estádio.

"A venda por setor na Luz tornou o negócio rentável e atrativo para as próprias empresas. O Porto fatura um pouco menos, mas ainda assim aumentou a receita. O grande problema, como no Brasil, é o número de jogos sem atratividade para o público", compara o jornalista Erich Beting, editor do site Máquina do Esporte.

O Atlético abre, hoje, a contagem regressiva para o seu centenário. Um período que será puxado pela Arena da Baixada. O novo estádio, remodelado para a Copa do Mundo de 2014, determinará até onde o clube pode chegar nos próximos dez anos. E a perspectiva é otimista.

"A Arena tem potencial de gerar de 80 a 100 milhões de reais por ano. Considerando que hoje a receita do Atlético é de algo em torno de 80 milhões, isso indica que ao longo da próxima década o clube deve dobrar de tamanho", projeta o consultor Amir Somoggi, autor do estudo de viabilidade apresentado pela CAP S/A para defender o empréstimo de R$ 131,1 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No estudo entregue ao banco federal, boa parte deste salto é proporcionado pelo contrato de naming rights. A projeção do clube é fechar um acordo de R$ 90 milhões por 20 anos. Além disso, há previsão de aumentar faturamento com merchandising, batismo de setores específicos e publicidade no placar eletrônico. O grande desafio será transformar este salto financeiro em desempenho esportivo.

"O Atlético tem um potencial muito parecido com o do Arsenal. É bom formador de atletas e tem gestão equilibrada financeiramente. O problema é que o Arsenal se preocupa muito em ganhar dinheiro. Na temporada passada, entregou 40 milhões de euros de lucro, algo que nenhum outro clube no mundo conseguiu. Mas não entregou desempenho esportivo", diz o jornalista Erich Beting, editor do site Máquina do Esporte.

O clube londrino inaugurou seu novo estádio, o Emirates, em 2006. Logo na primeira temporada, dobrou o faturamento de dia de jogo, mas não conquistou nenhum título novo desde que deixou o antigo Highbury.

O Atlético já tem a experiência de construir uma casa nova e moderna. Menos de um ano depois da inauguração da Arena da Baixada, deu a primeira volta olímpica no estádio, ao conquistar o Campeonato Paranaense de 2000. Na era Arena, foram mais quatro títulos estaduais, uma Seletiva da Libertadores e um Brasileiro, além de um vice nacional e outro da Libertadores. Um rendimento jamais visto na história do clube, que o Furacão terá mais dificuldade para repetir no seu estádio padrão Fifa.

"Em 1999, era só a Baixada. Passando a Copa, vamos começar com 14 estádios de primeiro nível. E como Curitiba é um mercado menor em relação a São Paulo, perde um pouco na disputa por receitas", diz Beting, antes de retomar o otimismo. "No caso do Atlético, a margem de ganho para equilibrar essa conta é mais rápida, pois o ambiente do futebol brasileiro tem gestão pior."

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