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 | Antonio Costa/ Gazeta do Povo
| Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo

O nome já diz tudo – e o comportamento ainda mais. Alex Mineiro é um clichê ambulante. Extre­ma­mente tímido, de fala quase inaudível, chegou ao Atlético como quem não queria nada, andou sumido e, de repente, transformou-se no herói do título. Foram oito gols nos quatro jogos da fase final, marca invejável mesmo para craques consagrados.

O que aconteceu naquele mês de dezembro, nem com dez anos de distância é possível explicar. "Foi o melhor período da minha vida. Quando eu era pequeno, via meus ídolos sendo campeões brasileiros. Quando cheguei lá foi gratificante", diz para, em seguida, procurar uma resposta. "O grupo de jogadores era forte, unido, a torcida ajudou muito, acho que tudo isso junto foi o que nos deu a taça".

Entre os vários bons momentos que guarda na lembrança, o camisa 9 recorda de um em especial, quando sentiu que a taça viria para a Baixada. "Quando fiz o terceiro gol contra o Fluminense [vitória por 3 a 2, nas semifinais], vi que seria muito difícil de a gente ser batido. Sabia que o primeiro jogo [com o São Caetano] seria em casa e com a euforia da nossa torcida faríamos o resultado".

Não deu outra. Com o Joaquim Américo abarrotado, o atacante repetiu o feito da partida anterior: marcou três vezes, Ilan deixou o dele e, com os 4 a 2, o Rubro-Negro viajou para o interior paulista com uma das mãos no troféu. "Jogar com aquele time era fácil, só fiz a minha parte", diz. Naquele Brasileiro, Alex marcou 17 gols, o mesmo número do companheiro de ataque Kléber.

A condição de ídolo máximo da torcida, no entanto, nunca o fez perder a linha. Equilíbrio exibido na sala de troféus da casa dele, em Belo Horizonte. Ao lado dos vários prêmios individuais que recebeu em 2001 – entre eles a prestigiada Bola de Ouro da revista Placar, como melhor jogador da temporada –, está um enorme pedregulho.

"É uma pedra que um torcedor atirou no meu carro, em 2002, quando o nosso time estava mal. Deixo ali para todo mundo saber que existe o lado bom, que são os troféus, mas também o lado ruim da vida de jogador de futebol. Nunca deixei me levar pela empolgação", explica o ex-atacante.

Após sair pela porta dos fundos na terceira e última passagem pela Baixada, em 2010 – tanto que resolveu encerrar a carreira logo em seguida –, Alex voltou para a terra natal e hoje investe em construção civil, aos 36 anos. Bola, só nas peladas de amigos. Apesar disso, manteve a forma e o lustro da carequinha.

De vez em quando, revê os gols das finais do Brasileiro com as filhas, pequenas na época, para provar que o papai já foi um furacão. "Quando dá muita saudade eu revejo os lances, tenho lá um DVD com todos os gols. Mostro para elas um pouco do que eu fiz", conta.

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