A finalíssima da Copa do Brasil diante do Atlético começou oficialmente para o Flamengo às 18h48 do último domingo. Faltavam dez minutos para o fim do jogo com o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, mas já era evidente que o time paulista não seria capaz de buscar o empate. O 1 a 0, gol de Paulinho, afastou matematicamente o risco de rebaixamento, então os mais de 20 mil rubro-negros presentes ao Maracanã soltaram a voz. "Vamos, Flamengo! Vamos ser campeão! Vamos, Flamengo!", gritaram, em pé, reforçados pela impressionante acústica do estádio.
O alvo deixava de ser o Alvinegro paulista. Passava a ser o Atlético. O mesmo Atlético que causou burburinho quando o placar eletrônico do estádio informou o sexto gol sobre o Náutico, na Arena Joinville.
"A vantagem é pequena, mas a torcida faz a diferença. É difícil ganhar da gente aqui dentro. O Cruzeiro, melhor time do Brasil, não conseguiu", provoca o estudante universitário Vitor Pereira, 23 anos, sócio do Flamengo com presença assegurada na decisão.
O otimismo do torcedor, ao menos neste domingo, ainda estava muito mais no discurso do que pendurado no pescoço. À venda desde quinta-feira passada, faixas do Flamengo tricampeão da Copa do Brasil encalhavam nas mãos dos vendedores ambulantes, mesmo sendo vendidas a R$ 10.
"Tá fraco, mas estou confiante. O fornecedor só pega dinheiro e eu comprei 100 faixas, tem de vender logo pra empatar [o investimento]. Mas vai ser campeão, para garantir o nosso Natal", dizia um ambulante, que se identificou apenas como Carlos. "Hoje é 10 reais. Na quarta-feira é 20!", avisou.
A confiança com um pouco de cautela foi a tônica também entre os jogadores e o técnico Jayme de Almeida. Respeito ao Atlético e a fragilidade de ser campeão com um 0 a 0 saíram de forma automática da boca dos flamenguistas, tanto quanto a necessidade de preservar o estilo que levou o time até a decisão.
"Não pode mudar a característica na final. É marcação forte e saída rápida no contra-ataque", disse o meia Elias.
Jayme de Almeida concorda, mas sabe da dificuldade de manter esse jeito frio e calculista de jogar em um Maracanã lotado, com uma torcida ansiosa por ver o Flamengo campeão com uma vitória.
"O torcedor do Flamengo acredita na equipe e virá para o Maracanã acreditando que nós vamos vencer. Mas a ideia é não mudar o estilo. Chegamos à final dessa maneira e não vou inventar nada agora", afirmou. "A gente respeita muito o Atlético, sabe da força que tem. Aqui não tem oba-oba", alertou.
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