O advogado Juliano Rodrigues, ex-presidente da Fanáticos, responde a processo em liberdade.| Foto: Brunno Covello - Agência de Notícias Gazeta do Povo

A primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná definiu nesta quinta-feira (17) a ida a júri popular de Juliano Rodrigues, ex-presidente da Fanáticos, um dos torcedores atleticanos acusados pela morte do paranista Diego Henrique Gaab Gonciero, então com 16 anos, em julho de 2012. Rodrigues pode recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Procurado pela reportagem, o advogado de Rodrigues, Cláudio Dalledone, não foi encontrado.

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No início de 2015, os outros dois acusados pela morte de Gonciero, Fábio Marques e Gilson da Silva Teles, ambos ex-integrantes da Fanáticos, já haviam tido confirmadas a ida a júri popular. Antes, em setembro de 2014, a juíza Mychele Pacheco Cintra, da Primeira Vara do Júri de Curitiba, decretou que os três acusados responderiam ao processo em liberdade — na ocasião, Marques e Teles estavam detidos na Penitenciária de Piraquara, enquanto Rodrigues, por ser advogado, cumpria prisão domiciliar.

A decisão foi celebrada pelo soldador aposentado José Roberto Gonciero, pai de Diego. “Vejo que agora está funcionando a Justiça. Era só isso o que queríamos. Estamos há tanto tempo lutando...Hoje foi um dia em que pude ficar feliz de verdade com a nossa Justiça”, afirma. “É uma vitória para nós porque agora os três vão a júri popular”, complementa o pai da vítima. Em agosto de 2014, José Roberto e a família de Diego fizeram um protesto em frente ao Tribunal do Júri.

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Vejo que agora está funcionando a Justiça. Era só isso o que queríamos. Estamos há tanto tempo lutando...Hoje foi um dia em que pude ficar feliz de verdade com a nossa Justiça

José Roberto Gonciero, pai de Diego Gonciero, paranista assassinado durante um encontro da torcida Fúria Independente, em 2014

Agora, a batalha da família é para que o júri seja marcado até o fim deste ano. “Estamos batalhando para que até o fim de 2016 aconteçam os júris dos três acusados”, reforça o advogado Alexandre Jarschel de Oliveira, que representa a família de Diego.

Segundo o inquérito da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), da Polícia Civl, o autor dos disparos foi Fábio Marques, conhecido como “Barba Ruiva”, enquanto Gilson da Silva Teles guiava o carro utilizado e Juliano Rodrigues, também conhecido como “Suk”, era o proprietário da arma utilizada no crime.

O caso

Em 1º de julho de 2012, Diego Henrique Gaab Gonceiro participava de um churrasco na sede da Torcida Fúria Independente, do Paraná, da qual fazia parte há três anos. O evento era uma confraternização com a Torcida Jovem, do Sport Recife, que estava em Curitiba para enfrentar o Coritiba.

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Por volta das 13 horas, dois carros se aproximaram do local e cerca de 15 tiros foram disparados na direção da sede da Fúria. Um dos disparos atingiu o jovem de 16 anos na cabeça, que não resistiu e morreu na mesma data.

Após quase dois anos de investigações, a Polícia Civil concluiu o inquérito apontando três acusados pelo assassinato: o ex-presidente e advogado da Torcida Os Fanáticos, Juliano Rodrigues, o ex-dirigente da torcida Fábio Marques, e Gilson Tavares Teles.

O motivo do crime seria a rixa entre as torcidas organizadas, tanto de Atlético e Paraná, como entre a Gangue da Ilha e a Torcida Jovem, ambas do Sport.