O ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti, que representou seus eleitores entre 2008 e 2012 eleito pelo Partido Progressista (PP), foi um dos identificados ontem na briga generalizada entre torcedores do Atlético e Vasco na Arena Joinville. Diante da repercussão nas mídias sociais, ele divulgou uma nota oficial admitindo estar na confusão, mas dizendo que estava arrependido. Pediu desculpas.
No texto, Borghetti disse que frequenta jogos do Furacão há 30 anos e que nunca tinha se envolvido em nenhum caso de violência. "Acompanhávamos a partida próximos à divisa entre as torcidas e fomos surpreendidos com a eclosão da confusão generalizada próxima ao local em que estávamos acomodados", afirmou. "Foi uma atitude da qual me arrependo e por isso venho a público pedir desculpas. Reforço, porém, que não agredi ninguém, nem tampouco sofri qualquer agressão física na situação", acrescentou.
Ele ainda fez questão de ressaltar que, quando era vereador, propôs com outros colegas de casa a lei municipal que obriga o cadastro de torcedores em estádios. "Lamento profundamente o ocorrido [em Joinville]", finalizou. Na selvageria ocorrida na última rodada do Brasileiro, quatro pessoas foram hospitalizadas com lesões graves e três torcedores do Vasco foram presos.
Borghetti tem vínculos com famílias importantes na política paranaense: foi casado com a deputada do Parlamento Italiano Renata Bueno que é ítalo-brasileira e filha do deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR). O ex-vereador também é irmão da deputada federal Cida Borghetti (Pros-PR), presidente do partido no Paraná, que, por sua vez, é casada com o secretário estadual da Indústria e Comércio, Ricardo Barros (PP), um dos principais aliados do governador Beto Richa (PSDB), de quem Borghetti foi comissionado em 2004 quando o tucano era prefeito de Curitiba.
Depois de fracassar na tentativa de reeleição no ano passado, o ex-vereador tornou-se superintendente da EcoParaná, autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Turismo-SETU que gerencia unidades de conservação do estado.
A assessoria de imprensa do governo do Paraná afirmou no final da tarde de ontem que não se pronunciaria oficialmente sobre o assunto. No entanto, confirmou que a EcoParaná é uma instituição pública com direitos privados e que Juliano Borghetti recebe o salário do governo estadual.
- Fanáticos diz que atleticanos agiram em 'legítima defesa'
- Pai de atleticano internado condena violência
- Site é criado para identificar envolvidos em brigas nos estádios
- Promotor mantém postura que PM não deve trabalhar em jogos
- STJD defende punição com jogos só com crianças e mulheres
- Árbitro relata que não identificou qual torcida começou a briga
- Dilma cobra delegacia do torcedor para coibir violência nos estádios
- PM culpa despreparo da empresa de segurança pela confusão
- Briga em Joinville leva Fifa a dizer que segurança da Copa não é a do Brasileiro
- Dois dos três torcedores internados em Joinville recebem alta
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”