A 5.ª Divisão do Exército Brasileiro abriu processo administrativo para apurar a paralisação das obras de responsabilidade do Atlético no 27.º Batalhão Logístico 27.º B Log, no bairro Bacacheri, em Curitiba.
A CAP S/A, sociedade de propósito específico criada para gerir a reforma da Arena, não cumpriu o cronograma de construção de dois prédios de 12 apartamentos cada, propostos como contrapartida pela alienação do terreno de 2.292,67 m² que foi incorporado ao estádio. O espaço na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Buenos Aires pertencia à União, mas era jurisdicionado ao Exército.
Após cinco anos de negociação, o acordo foi assinado em 22 de janeiro de 2013 pelo general de divisão Williams José Soares e pelo diretor superintendente do Atlético, Dagoberto dos Santos, que deixou o clube em maio do mesmo ano. Dois meses depois, o Atlético assinou termo de posse do imóvel avaliado em R$ 7,2 milhões a demolição dos edifícios militares começou em novembro do ano passado.
"As obras iniciaram conforme o cronograma previsto. Foi constatada [posteriormente] a paralisação e consequentemente o atraso no cumprimento do cronograma proposto", explicou a comunicação social da 5.ª Divisão, por e-mail, à Gazeta do Povo.
"Em decorrência do citado, a 5.ª Região Militar instaurou um processo administrativo para apurar o ocorrido", concluiu a nota.
O prazo para a construção no 27.º B Log é de 18 meses a partir da autorização dos órgãos públicos para o início das obras. Por causa do atraso, o Atlético está sujeito a multa.
O acordo também prevê que, até a conclusão das novas unidades, o custeio de aluguéis e despesas de condomínio e de IPTU, além de taxas de mudança das 18 famílias desalojadas, são de responsabilidade do clube.
Quando da assinatura do contrato, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, falou sobre a permuta. "Todos ganham. Os prédios estavam com mais de 50 anos e superados. Vamos construir novos apartamentos melhores, maiores e mais modernos", afirmou.
O Exército também se mostrou satisfeito com o negócio. "Estamos com um déficit de casas para os militares... Isso nos permitirá aumentar e melhorar as condições dos apartamentos, além de ajudar na preparação da Copa do Mundo", comentou o general Soares na época.