Vencida nas eleições de dezembro do ano passado, a chapa Atlético de Novo divulgou nota oficial em que analisa o momento do Atlético. Em texto assinado por Henrique Gaede, candidato derrotado à presidência do clube, o movimento de oposição faz críticas, em especial, ao relacionamento da diretoria liderada com o torcedor rubro-negro. Analisa também a situação do futebol atleticano.
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Liderado por Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo, o Furacão trava uma guerra com a torcida organizada Os Fanáticos. Em nota oficial divulgada na quinta-feira (23), o clube pede o fim das facções. Nas eleições de dezembro, a Fanáticos apoiou a chapa vencedora Capgigante, de Petraglia e do presidente eleito Luiz Sallim Emed.
Confira o texto na íntegra:
Precisamos falar sobre o nosso Furacão
O dia 12 de dezembro de 2015 ainda está marcado em nossa memória. Após uma campanha linda, que resgatou o orgulho de milhares de atleticanos, conseguimos atingir diversos objetivos, mesmo derrotados por apenas 249 votos. Mostramos, antes de tudo, que existe sim um Atlético rubro-negro, um Atlético que precisa escutar e valorizar sua torcida, um Atlético dos atleticanos, um Atlético que pode respeitar as suas tradições, um Atlético que precisa entrar em campo para ganhar, um Atlético que deve pensar no futuro sem esquecer as glórias no passado.
Aceitando o resultado das urnas, que refletiu a vontade dos sócios atleticanos, na ocasião desejamos muito sucesso para a nova diretoria. Em várias oportunidades parabenizamos o presidente eleito, Luiz Sallim Emed, pela sua vontade de fazer as coisas de maneira diferente. Com o resultado apertado da eleição, a diretoria eleita percebeu que grande parte da torcida queria mudanças, e isso trouxe uma movimentação imediata.
Mas como toda “lua de mel” tem data para acabar, os mesmos erros do passado passaram a ser repetidos. Falta de planejamento e de transparência, contratação de jogadores de qualidade duvidosa, relacionamento conturbado com parceiros, falta de comando no futebol e, principalmente, falta de diálogo com o maior patrimônio de um clube de futebol: sua torcida. Já no início do ano, a diretoria anunciava que a partir de 2017 o Campeonato Paranaense voltaria a ser disputado por times alternativos, jogando no lixo uma promessa de campanha. Na sequência, vimos um mar de críticas infundadas e apelativas aos torcedores, que para a atual diretoria são os grandes responsáveis por não termos times competitivos. Invertem a lógica mundial, onde um “produto” é consumido quando é atrativo para seus consumidores. Estamos até agora aguardando o plano de sócios remodelado que foi prometido.
O título de Campeão Paranaense maquiou o quadro e escondeu temporariamente uma temporada com resultados aquém da grandeza do Furacão. Logo após levantarmos a taça, perdemos jogadores que foram importantes durante o primeiro semestre. Enquanto isso, como de costume, não vemos nenhuma movimentação em busca de reforços. Passados os seis primeiros meses da atual gestão, infelizmente temos aquela velha sensação de que o futebol continua em segundo plano no Clube Atlético Paranaense. Ações distantes do futebol, que nunca poderiam ser tratadas como prioridades, ganham muito mais atenção e dedicação. Para completar, o nosso amado Furacão, um clube que sempre foi do povo, segue os caminhos da elitização. O torcedor “comum” não tem espaço, mesmo implorando por oportunidades para consumir sua paixão.
As mudanças no início do mandato da atual gestão só aconteceram porque o movimento Atlético de novo fomentou o resgate do atleticanismo. Quando demos uma “trégua”, tudo voltou ao normal. Analisando esse panorama, hoje nos posicionamos como verdadeira oposição, que irá cobrar os resultados e as promessas, mas sem deixar de lado o apoio irrestrito ao Furacão, como temos feito ao longo de nossas vidas. Ficamos à disposição de todos os atleticanos para falarmos sobre o nosso clube. Juntos, buscaremos alternativas para termos um Atlético vencedor e com a alma rubro-negra.
Atlético de novo. O nosso Furacão vai voltar.