O Coritiba virou o exemplo que pode distanciar definitivamente os dois grupos de oposição do Atlético na eleição de dezembro.
Segundo o empresário Judas Tadeu Grassi Mendes, um dos líderes do Democracia Atleticana, formado por dissidentes da atual gestão do presidente Mario Celso Petraglia, existem empecilhos para uma união com a chapa liderada por Henrique Gaede. A justificativa é que se a relação já não é boa agora, existe um temor de como ela se daria caso saíssem vencedores no pleito.
“Não queremos que ocorra com o Atlético o que aconteceu com o Coritiba, onde a diretoria rachou por divergências após as eleições. Se já está difícil agora, no namoro, imagina no casamento”, afirmou.
Mendes garante que não será candidato à presidência, mas que a chance de o movimento ter um representante próprio é de 80%. A data-limite para inscrição da chapa é 16 de novembro.
Durante diversas vezes na entrevista, o empresário deixou claro que há um desgaste na relação com os oposicionistas, especialmente pela falta de diálogo. “Eles acreditam ser a nata da oposição, os donos da verdade. Nunca fomos chamados para conversar, com exceção de uma pessoa do nosso lado que foi chamada”, criticou. “Habilidade política e respeito valem ouro”, emendou.
O representante do grupo Democracia Atleticana, que tem o ex-presidente José Carlos Farinhaki como apoiador, também não gostou de ler a declaração do vereador Paulo Rink à Gazeta do Povo de que não aceitaria um convite para concorrer caso a oposição não estivesse unida. Para ele, faltou tato para realizar uma reunião conjunta.
“Nós já tínhamos falado com o Rink antes. Eles, em vez de chamarem todo mundo para conversar, não fizeram isso”, reclamou Mendes.
Outro lado
Procurado pela reportagem, Henrique Gaede afirmou que não existe divergência os dois grupos, mas sim um conflito de ideias e interpretações do que seria melhor para o clube.
“Sempre houve essa disposição de conversar pelo nosso lado. Tanto que foi nomeado um interlocutor de cada lado para que isso ocorresse e acho que isso que o Judas não teria entendido”, afirmou.
Porém, a insatisfação de Mendes demonstrada em grupos internos de Whats App e em correspondências por e-mail teriam dificultado uma eventual união. “Houve uma precipitação do professor Judas, a postura que ele adotou cria um distanciamento”, admite Gaede.
“Eu me considero amigo do professor e fico surpreso que ele não me procurou. Estamos sempre abertos à negociação. Mas agora, com as declarações dele em grupos internos e correspondências, complicou bastante”, finaliza.