O balanço financeiro de 2015 do Atlético, publicado na última sexta-feira (29), revela que o clube gastou R$ 15,5 milhões na manutenção da Arena da Baixada e do CT do Caju. O valor é praticamente três vezes maior do que o do balanço do ano base de 2014, quando a despesa do estádio e do centro de treinamentos foi de R$ 5 milhões.
O salto nos gastos com a Arena e o CT se deve pelo fato de que o estádio rubro-negro passou boa parte de 2014 fechado para reformas. O Furacão só voltou a jogar em sua casa após a disputa da Copa do Mundo.
Ano passado o Atlético teve superávit de R$ 45,8 milhões em suas contas. O valor é parecido com o do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 43,2 milhões.
A receita aumentou de R$ 154 milhões para R$ 180 milhões, se for analisada o total de receitas do período. Alguns especialistas, no entanto, preferem focar no total de receitas operacionais, em que não são contadas as receitas financeiras, normalmente fruto de juros bancários ou dinheiro oriundo do Profut- programa do governo federal de refinanciamento de dívidas. Nesse caso, a receita do Furacão foi de R$ 158 milhões em 2015 e R$ 138 milhões em 2014.
As despesas, entretanto, também subiram, pulando de R$ 110 milhões para R$ 134 milhões, o que inclui justamente esse acréscimo nos custos com o estádio.
Salários e contratações
O gasto com salários do elenco e funcionários pulou de R$ 42 milhões para R$ 51,7 milhões em 2015. Da mesma forma, encargos sociais também prejudicaram o cofre atleticano, subindo de R$ 27 milhões para R$ 34 milhões e benefícios de R$ 10 milhões para R$ 13 milhões.
CAP/SA
Também na última sexta-feira (29) foi publicado o balanço da CAP/SA, empresa criada pelo Atlético para gerenciar a reforma da Arena da Baixada para a Copa. Nele, o total do ativo é exatamente o mesmo do passivo e patrimônio social, R$ 602.135.367.
Porém, o que realmente destaca-se está nas observações explicativas. Nelas a CAP SA admite que como garantia dos empréstimos e financiamentos ofereceu títulos no potencial construtivo no valor de R$ 151,2 milhões. Porém, a expectativa desse valor crescer ainda existe.
“Está em negociação entre o governo do estado do Paraná, prefeitura municipal de Curitiba e Clube Atlético Paranaense a emissão complementar de mais R$ 115 milhões de potencial construtivo, em cumprimento ao acordo tripartite e o valor do orçamento aprovado pelo Governo do Estado do Paraná e BNDES”, diz o texto. A prefeitura é a principal opositora para que esse valor aumente, acreditando que o acordo tripartite é válido para o orçamento inicial da reforma, de R$ 184 milhões, e não o final, de R$ 354 milhões, como quer o clube.