Dagoberto penou na volta à Arena da Baixada. Com o coro contínuo de vaias, o jogador foi mal na partida, protagonizou uma furada incrível dentro da área, foi ríspido ao ser questionado por uma repórter sobre o clima hostil , acabou substituído, ironizou com gestos as ofensas da torcida ao deixar o campo...
Somente no primeiro tempo da partida entre Atlético e Vitória, o meia-atacante Dagoberto tocou 21 vezes na bola. Errou oito. Na maior parte delas, nenhuma jogada insinuante ou contundente como aquele jogador que deixou o Atlético em 2006, após longa disputa judicial para ser contratado pelo São Paulo.
Era o prenúncio do que seria a vida do jogador ao enfrentar o clube que o revelou e à torcida, que o tem como grande desafeto após aquele ano. Foi a terceira vez que o jogador enfrentou o Atlético. A primeira vez aconteceu em 2009, quando já estava no São Paulo. A segunda, pelo Cruzeiro, em 2013, na Vila Olímpica do Boqueirão, não havia a pressão da torcida, como a tarde deste domingo (17).
Ora pela direita, ora pela esquerda, Dagoberto protagonizou lances feios e perdeu a chance mais clara de gol que o Vitória teve na primeira etapa. Acabou furando a bola, que passou entre suas pernas.
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Leia a matéria completaEm cada toque na bola, a marcação atleticana era forte em cima de seu ex-atleta, mas nenhuma tática foi mais importante que as vaias da torcida. Dagoberto não teve chance contra os gritos do torcedor atleticano.
Na saída do primeiro tempo, deixou em saia-justa a repórter do canal PFC que questionou sobre o comportamento da torcida. “Podemos falar do jogo?”, respondeu. A insistência da repórter conseguiu arrancar um pedido para que as pessoas tenham menos rancor no coração.
Dagoberto voltou para o segundo tempo, no entanto, como o primeiro. Bem marcado pela torcida. Visivelmente incomodado, não fez mais que bater dois escanteios. Acabou substituído aos 21 minutos da segunda etapa para entrada de Vander. Saindo do gramado, a torcida não o perdoou e gritou mais uma vez inúmeros xingamentos. Irônico, o jogador fez gestos de agradecimento.
Depois, mesmo no banco de reservas, seguiu sendo hostilizado.
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