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Remanescente do rebaixamento do ano passado, o zagueiro Manoel vibra muito com o gol marcado em Santa Catarina | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Remanescente do rebaixamento do ano passado, o zagueiro Manoel vibra muito com o gol marcado em Santa Catarina| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
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O jogo

Partida aberta e movimentada marcou estreia atleticana. Apesar de alguns sustos com lances perdidos pelo Joinville, o Rubro-Negro fez valer o seu favoritismo com quatro gols.

  • Rosemeri Kredens, de 52 anos, foi a Joinville vibrar pelo Atlético

O Atlético apresentou o seu cartão de visitas na abertura da Série B. Favorito ao título, o Furacão começou com goleada o seu caminho para voltar à elite do futebol Nacional. Com a participação decisiva de jogadores remanescentes do rebaixamento, como Paulo Baier, e os goleadores de ontem Bruno Mineiro, Manoel – além do estreante Fernandão e Renan Teixeira –, a equipe bateu o Joinville por 4 a 1, ontem, na Arena Joinville.

Time com o elenco mais valioso do torneio – R$ 55,5 milhões, de acordo com levantamento da Pluri Consultoria –, o Atlético chegou com status de primo rico à cidade catarinense. "Estamos onde queríamos", dizia um torcedor do Joinville a uma rádio local. Um jogo e tanto para um time que há 28 anos não disputava a Segundona e há dois anos estava nos confins da Série D.

Os atleticanos não podiam dizer o mesmo. O torcedor que tanto sofreu na pífia campanha de 2011 deu seu voto de confiança ao time, mesmo uma semana só após a perda do título estadual para o maior rival. Cerca de 1.200 atleticanos pegaram a BR-376 para festejar a primeira vitória. Mas para a nação atleticana, a Série B não combina mais com a grandeza do clube. Tanto que o jogo não havia nem terminado e a torcida mandava um "É campeão!", animada pelo triunfo incontestável.

E redentor especialmente para um jogador. Três gols do Furacão tiveram participação de Paulo Baier. O meia, que se escalou ainda no gramado da Baixada no dia da queda rubro-negra, em dezembro, para levar o clube de volta à Primeira Divisão, começou a cumprir sua promessa de fazer com que o Atlético faça apenas um bate e volta na divisão de acesso nacional.

"Dei três assistências. Para mim isso é maravilhoso, estar no Atlético, com 37 anos, e ajudando dessa maneira", afirmou o experiente jogador, com um reconhecimento especial à torcida. "É desse torcedor que a gente precisa para subir. Torceu o tempo todo. Se o torcedor não estiver junto não sobe", alertou o destaque da partida onde teve mais liberdade.

No primeiro lance, Bruno Mineiro desviou após lançamento do camisa 10. No segundo, era escanteio, mas Baier pareceu colocar com a mão a bola na cabeça de Manoel. No terceiro, ele deu passe para o estreante Fernandão ampliar.

Lance providencial, pois o Joinville acabara de marcar de pênalti com Lima, o "Limatador" como chamam o atacante destaque da equipe e autor de 12 gols no Catarinense para a festa da torcida que encheu o estádio.

Mas Renan Teixeira marcou o quarto e sacramentou o placar. Resultado que anima o time para encarar o Palmeiras quarta-feira, no jogo de volta da Copa do Brasil, na Arena Barueri.

Clima de festa diminui impacto da volta ao segundo escalão

Após 17 anos, o primeiro contato atleticano com a Segundona foi bem melhor do que o esperado. Não só pela vitória, mas também pelo cenário. Jogo movimentado, bastante torcida – do rival e a própria, mesmo longe de casa –, bom gramado e um estádio novo e já conhecido do Rubro-Negro, convidado de honra para a inauguração em 2007.

O palco, inclusive, está sendo cotado como possível reduto do time diante do exílio da Arena no Brasileiro. Um contato entre as diretorias já teria ocorrido. Mas o acerto não foi definido.

O jogo de ontem foi bem diferente da última passagem da equipe pela divisão de acesso. Há 17 anos, o Atlético deixava a sua torcida em pânico ao perder para o Goiatuba na estreia. No jogo seguinte, uma vitória apertada por 4 a 3 sobre o quase folclórico Barra do Garça-MT, sob um regulamento tumultuado em uma interminável Série B.

Outro momento do futebol e do próprio clube, que agora administra uma situação distinta. "Temos de saber carregar o peso do favoritismo", afirmou Renan Teixeira, autor do quarto gol atleticano.

O clima era de festa na Arena Joinville. Seis ônibus, quatro vans e 97 carros ocuparam o estacionamento reservado aos visitantes, Uma romaria confiante. Mas que não esquece da responsabilidade.

"Dói, claro que dói. Se falasse diferente seria mentira. Ano passado foi complicado, eleição, algumas coisas não deram certo. Mas esse ano a gente já vai subir. Esse não é o nosso lugar", disse a empresária aposentada Rosemeri Kredens, 52 anos, que viajou com o marido para ver o triunfo rubro-negro.

Exigentes, mesmo com a goleada, os torcedores cobraram reforços. "O clube precisa de algumas peças. O campeonato é longo", alertou o estudante Edenir Zandoná Neto, 22.

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