Dois caminhos se abriram para o Atlético ontem, em mais um capítulo do imbróglio envolvendo a renovação de contrato do meia Nathan, promessa de 18 anos do CT do Caju e das categorias de base da seleção brasileira.
O primeiro é confiar que o pedido de liminar para renovação automática do acordo por mais dois anos, feito na semana passada, seja acatado pela Justiça. O segundo modo é aceitar a proposta dos advogados do jogador e negociar os direitos econômicos do meia em três meses, ficando com 80% do valor da venda o restante ficaria com o jogador.
Existe, no entanto, uma terceira opção já conhecida. O atleta cumpre seu vínculo normalmente até março do ano que vem, mas a partir de 31 de outubro ficaria livre para assinar pré-contrato com qualquer equipe. O Rubro-Negro, neste caso, não receberia cifrão algum.
Após a reunião de ontem na 15.ª Vara do Trabalho de Curitiba, que contou com a presença do próprio Nathan, de seu pai, José Carlos Souza, e do presidente atleticano Mario Celso Petraglia, o Atlético tem cinco dias para definir se aceita a tratativa do jogador. Caso a resposta seja negativa, então a liminar será julgada.
A cláusula de extensão alegada pelo clube, o famoso contrato de gaveta, porém, não traz garantias de sucesso ao clube. O Furacão perdeu o atacante Wallyson de forma semelhante, em 2010.
Situação que pode se repetir quatro anos depois. "Quando foi assinado o contrato, em 2012, foi incluída uma cláusula que autoriza qualquer lado a prorrogar automaticamente o vínculo. Mas defendemos que ela é nula, até porque existe uma resolução da CBF que diz que qualquer renovação automática tem de acontecer a partir da metade do contrato, não desde o início", explica Marcelo Ribeiro, advogado do camisa 21. Segundo ele, o jogador sente gratidão pelo Atlético e por isso não quer sair de graça.
Em nota publicada em seu site oficial, o Atlético diz que apresentou proposta voluntária de significativo aumento salarial, bem como de pagamento de luvas, visando valorizar o atleta e ratificar a sua intenção de mantê-lo nos quadros do clube nos próximos anos. O salário atual do meia gira em torno de R$ 1.400 e, segundo apurou a reportagem, o aumento oferecido levaria os vencimentos para R$ 20 mil.
"Já que o Atlético não quer dar oportunidades para o menino jogar, que negociem ele. Queremos que eles achem um bom negócio para os dois", afirma José Carlos Souza.
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