Nota sobre teto retrátil cria mal-estar entre Atlético e fornecedora

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Convocada com a intenção de reaproximar Atlético e Lanik I. S.A., empresa fornecedora do teto retrátil da Arena, a reunião de quarta-feira (3) só afastou mais as duas partes. E sem acordo, não há previsão para a "tampa" do Caldeirão ser concluída.

O Rubro-Negro foi ao encontro disposto a convencer César França, diretor-executivo da organização espanhola, a assinar uma nota em conjunto garantindo que todos os procedimentos de segurança foram adotados até então na montagem.

Ao ler o texto redigido pelo clube, França não concordou. "Não poderia assinar a nota, pois o Atlético nunca mostrou os planos de segurança, de rigging [planejamento para movimentação de cargas com guindaste]. Hoje [ontem] fiz outras questões técnicas e não obtive respostas", afirma o engenheiro.

Desde a retomada da colocação da cobertura, França aponta problemas na condução do processo. Além da ausência dos planos de segurança, vigas sendo içadas com o tempo chuvoso. "A estrutura se transforma em um para-raios. É perigosíssimo", comenta.

A nota continha quatro pontos. Três tratavam da segurança e um deles resumia: "inexistem problemas de segurança na obra da cobertura retrátil". O quarto afirmava que "a não conclusão da cobertura para atendimento do prazo 05.12.2014 – Evento Shooto – deve-se a postergação do início das obras".

"Assumo tudo o que eu falei até agora. E não volto atrás, sou representante de uma empresa com cerca de R$ 600 milhões em obras somente no Brasil, estamos participando do projeto da Olimpíada de 2016. Não posso ficar em cima do muro", declara o diretor da Lanik.

Por fim, o papel com espaço para assinatura de Atlético e Lanik terminava com "as partes vêm a público rechaçar qualquer notícia que tenha o propósito de tumultuar o andamento das obras de instalação da cobertura retrátil da Arena". O desejo do clube era publicar o conteúdo em seu site oficial.

Representaram o Furacão na reunião o presidente Mario Celso Petraglia, o novo engenheiro, Augusto de Fonseca – que substituiu Luiz Volpato há menos de um mês – e o diretor de marketing, Mauro Holzmann. A conversa ocorreu no Joaquim Américo, do fim da manhã e à tarde.

Durante o compromisso, França emitiu a fatura comprovando o recebimento de 94 mil euros (cerca de R$ 295 mil) do Rubro-Negro, valor referente ao trabalho de supervisão da Lanik, conforme foi determinado pela Justiça – o clube moveu uma ação contra a empresa espanhola.

Um engenheiro espanhol seguirá até o fim da semana no canteiro da Rua Buenos Aires – outros dois já voltaram para a Espanha. "Não foi nada falado financeiramente, sobre o futuro. Nosso funcionário ficou de me passar um relatório e aí vou emitir um parecer", diz França.