Para o presidente do Atlético, Luiz Sallim Emed, a mudança de local do Atletiba de 16 de outubro – da Arena da Baixada para a Vila Capanema –, anunciada nesta quarta-feira (5), não significa que o clube coloque o futebol em segundo plano.
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Segundo o dirigente, o show do cantor italiano Andrea Bocelli, marcado para 19 de outubro, mas que interditará o estádio sete dias antes para a montagem do palco, renderá muitos frutos ao time rubro-negro.
“Jogar na nossa casa não é certeza que vamos ganhar, mas claro que tenho de respeitar o sócio que vai ter o desconforto de ir para outro lugar. A escolha foi para o bem do clube, vamos arrecadar mais, poder melhorar o elenco, investir recursos em contratações. Isso é para poder investir em futebol”, justifica o dirigente, que vê sua equipe dentro da zona de classificação para a Libertadores a dez rodadas do fim do campeonato.
Na Baixada, o Furacão tem desempenho quase impecável no Brasileiro. É o melhor mandante, com 83% de aproveitamento: 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota.
“Ninguém quer ir para a Libertadores mais do que eu. Pode ter igual, mas não mais. Só não posso aceitar que digam que estamos desviando nosso propósito, pelo contrário”, contesta Emed, que tem recebido duras críticas nas redes sociais por causa da mudança de palco do clássico.
A primeira intenção do Atlético, no entanto, era enfrentar o rival na própria Arena. Quando percebeu-se que a preparação para o show impossibilitaria a realização da partida, o clube entrou em contato com a CBF para pleitar uma nova data.
Segundo Sallim, no entanto, a entidade máxima do futebol nacional postergou a decisão para mais perto da data original do duelo. O primeiro contato teria acontecido em maio, quando o contrato do espetáculo foi assinado.
“É apenas o segundo show musical que fazemos [o primeiro foi do americano Rod Stewart, em setembro de 2015]. Acreditávamos que poderíamos jogar na Arena também. Eu mesmo não considerei tantos detalhes que seriam necessários para montar som, palco, iluminação. Mas também achei se não desse tempo, não teríamos dificuldade para mudar a data. Só que não houve aceitação”, explica o presidente.
O Atlético ofereceu três datas ao Coxa. Antecipar o jogo para o próximo domingo (9) ou adiar para outra data Fifa, em 13 de novembro. A terceira opção (26/10) acabou descartada após o Alviverde se classificar às quartas de final da Sul-Americana.
O adiamento foi vetado pela CBF, que não queria dois times com um jogo a menos na tabela por três semanas. Já adiantar o clássico não estava nos planos do Coritiba.
“Liguei para o Bacellar [Rogério, presidente do Coritiba] e ele me disse que não poderia aceitar e que iria estudar a outra data, mas depois não nos falamos e ficou por conta da CBF. Foi frustrante para mim, não esperava, ainda mais porque existe todo esse clima da Primeira Liga, de sermos rivais dentro de campo somente”, ressalta Emed.
Apesar das “porradas” que vem tomando da torcida, o presidente acredita que o clube tomou a decisão correta.
“Se perder [o Atletiba], todo mundo vai dizer que foi porque não jogou na Arena. Mas qualquer pessoa que utilizar a razão vai saber que tomamos a decisão certa e por isso faria tudo de novo. É um show internacional, que vai trazer muita repercussão para o Atlético e para a cidade”.