Aos 32 anos, Paulo André retornou ao Atlético para ser um dos líderes da equipe. E há menos de dois meses no CT do Caju, o experiente zagueiro, revelado pelo clube em 2005, já sai em defesa das jovens promessas do Rubro-Negro.
O defensor cita o meia Marcos Guilherme e o atacante Crysan. Dois dos principais talentos do Furacão que, segundo Paulo André, estão sofrendo com as críticas de parte da torcida atleticana.
“Quando estava fora assistia e pensava: esse Marcos Guilherme joga muito, corre, participa. E vejo que a torcida às vezes pega um pouco no pé. Os meninos têm 20, 21 anos, o Crysan tem 19. Estão passando uma pressão extremamente desnecessária”, avalia Paulo André, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.
Titular do Furacão a partir de 2014, Marcos Guilherme passou a frequentar as seleções de base do Brasil e uma convocação para a Olimpíada deste ano, no Rio de Janeiro, tornou-se objetivo do camisa 10. Entretanto, desde março do ano passado o meia não é mais convocado.
Crysan, por sua vez, foi revelado pelo Atlético no Paranaense de 2015, com cinco gols pelo time sub-23. Entretanto, teve poucas no restante da temporada e não marcou nenhum gol nas 17 partidas em que atuou entre Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana.
“O Crysan não é o cara que vai resolver o problema, ele tem potencial e vai aprender com o tempo, amadurecer, errar bastante, e nós estamos ali para dar o suporte para que ele evolua”, comenta Paulo André, o jogador mais velho do elenco ao lado do companheiro de zaga Vilches, também com 32 anos.
De acordo com o jogador, as revelações darão frutos ao Rubro-Negro. “Não podemos colocar toda a pressão em cima desses jovens talentos que vão render dinheiro, sim, e tem que render títulos para o Atlético. Peço que o torcedor tenha paciência e torça”.
Contratado num “pacotão” que o Furacão trouxe do Guarani, em 2005, Paulo André chegou a ser inscrito na Libertadores daquele ano, quando o clube alcançou o vice-campeonato, derrotado pelo São Paulo na decisão. No entanto, desacertos na contratação o fizeram ser sacado da lista.
Logo que o Furacão passou a se concentrar apenas no Brasileiro, o atleta então com 21 anos obteve destaque. O time terminou o Nacional na 5ª colocação e Paulo André foi peça importante até ser negociado no ano seguinte, para o Le Mans-FRA.
De volta após quase 10 anos, o zagueiro vê potencial no time atual, comandado por Cristóvão Borges. “Vejo qualidade, trabalho árduo. Esses dias a gente conversou, tivemos uma conversa séria, e ficou muito claro que, ser campeão, não é na final, é no dia a dia, na construção desse time, dessa ideia de trabalho”.
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