Petraglia destacou as dificuldades para montar o elenco, mas mostrou otimismo: “nossos melhores momentos estão para acontecer”.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Vinte e cinco dias depois de completar 20 anos quase ininterruptos no comando do clube, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, divulgou uma carta no site oficial do clube após a vitória sobre o Internacional, no domingo (10), comentando sobre esse período. No seu estilo, o dirigente distribuiu críticas, chamou de mimado o torcedor que se associa e desassocia de acordo com a fase do time e afirmou que “chegou a hora da maioridade” do Furacão.

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“Depois de 91 anos de clube, sendo destes 20 anos do projeto que mudou nosso futuro, chegou a hora da maioridade. Precisamos nos manter confiantes de que os nossos melhores momentos estão para acontecer. É essa a chama que alimenta o sucesso do projeto”, disse, admitindo que tem a sua carga de responsabilidade “por fazer a torcida ficar assim exigente e mais intolerante a maus momentos”.

O presidente rubro-negro lembrou que a luta continua, “mesmo com esse início de ano de difícil acerto financeiro, com o não cumprimento das obrigações de estado e prefeitura com as obras da Copa”. O dirigente ainda reclamou da mudança nas regras de negociações de jogadores, da turbulência política, da retração econômica, do mercado de jogadores em valores irreais.

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Em outro trecho da carta, Petraglia ainda criticou a organizada Os Fanáticos, sem citá-la nominalmente. “Oxalá que nenhuma punição nos faça passar pelo que enfrentamos no ano passado, sendo alijados de tantos mandos por gente que se diz atleticana, que ama o Atlético ‘até a morte’, mas que no fundo pensa mais em si do que no clube”.

No texto, Petraglia ainda reclamou daqueles que falam sobre a cor das cadeiras da Arena. “Chegam ao cúmulo de reclamar da cor das cadeiras do estádio, fazendo uma relação canhestra entre a vontade de vencer de um time e a cromoterapia”, protesta, lembrando que em um estádio cheio essa celeuma nem sequer existiria.

Como tem sido recorrente nas suas manifestações, o presidente rubro-negro ainda reclamou da falta de um número maior de associados e admitiu que o clube sofreu uma “debandada grande” de associados nos últimos meses. Resultado da campanha ruim no Paranaense e na Copa do Brasil.

“A cultura de participação apenas mediante resultados em campo, esperando sempre que o clube faça antes, e não se voluntariando em prol do clube primeiro, é um ponto chave para o fracasso de um programa de sócios. E isso me deixa cansado e até frustrado”, admitiu. “ Enquanto alguns clubes do país superam os 100 mil, nós temos uma debandada grande do nosso quadro de associados. O que vão fazer quando a maré melhorar? Se associar novamente? E assim ficar nessa gangorra, se associando e se desassociando, torcendo de um jeito mimado?”, indaga.

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Por fim, Petraglia até chamou o Furacão de “Trétis”. “Eu me mantenho no firme propósito de fazer o Atlético Paranaense, aquele mesmo Trétis que era o sem-terra, que não tinha onde treinar, que fazia bingo pra arrecadar fundos e comemorava vitória em Atletibas como títulos, um gigante do continente. Isso é um processo em andamento e um caminho sem volta”, garantiu.