Alegando desgaste em sua relação com o poder público, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, deu carta branca para o opositor Henrique Gaede assumir a frente da negociação entre o clube, Prefeitura de Curitiba e o Governo do Paraná sobre o pagamento do acordo tripartite firmado para a reforma da Arena da Baixada realizada visando a Copa de 2014.
O Furacão exige que a divisão dos valores se baseie no orçamento final da obra, fechado em R$ 346 milhões. Prefeitura e Governo, por outro lado, alegam que a divisão é sobre o orçamento inicial de R$ 184,6 milhões. Gaede tenta unir forças com outro movimento oposicionista, liderado pelo ex-presidente José Carlos Farinhaque, para formar uma chapa de oposição para o pleito presidencial do Atlético, em dezembro.
Em entrevista à Gazeta do Povo, Gaede disse que o fato de Petraglia “se indispor muito fácil com as pessoas” seria um dos impeditivos para que o problema do acordo tripartite seja solucionado. O cartola atleticano dá razão ao opositor.
“Realmente me desgastei muito na defesa dos interesses do clube. Reconhecendo este desgaste, quero convidá-lo [Gaede] para, desde já, ser o interlocutor exclusivo do Atlético junto ao Município”, reconhece Petraglia, que cita a amizade de Gaede com o prefeito Gustavo Fruet como importante no processo de negociação.
“Direito o clube tem. Falta mesmo um interlocutor eficiente. Gaede é o nome. Sendo assim, a diretoria outorga procuração para que Gaede tente o acordo com o Município, fazendo valer o tripartite. Mais do que isso. Queremos fazer um apelo ao Gaede para que nos ajude. Eu, Mario Celso – considerado o ‘entrave’ pela oposição’ – saio de cena”, prossegue Petraglia, em nota no site oficial do clube. “Contamos desde já com você, Gaede. Vá lá e convença o Município a honrar sua parte no tripartite”, completa.
Na nota, Petraglia também cita o ex-presidente Farinhaque que, na mesma entrevista de Gaede, afirmou que o tempo do atual mandatário no clube chegou ao fim e que se faz necessária uma renovação. “Na reportagem, Farinhaki clama por renovação. Acho que o Farinhaki (sic) pode representar muito bem a renovação. E não acho que o tempo dele tenha chegado ao fim”, diz Petraglia.
Recentemente, após o corte de energia na Baixada por falta de pagamento, Petraglia voltou a cobrar o poder público em sua conta no Twitter. “Estamos administrando desde agosto de 2014 o ‘furo’ de caixa de R$ 40 milhões. Passados os jogos, não houve mais vontade política dos governos para a solução”, escreveu.
A reportagem da Gazeta entrou em contato com Gaede, que informou estar avaliando a proposta e que falaria sobre o assunto nesta sexta-feira (18).
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