O problema das desapropriações de terrenos para a construção da Arena ganhou um novo elemento. Na discussão com a prefeitura de Curitiba, o Atlético alega que utiliza apenas 47% da área repassada pelo município para as obras da Copa do Mundo e que 53% é de uso comum (escadas e calçadas), sem finalidade esportiva.
A demanda rubro-negra foi revelada pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT), em entrevista exclusiva nesta quinta-feira (16). “É um fato novo. A prefeitura desapropriou integralmente essas áreas para uso exclusivo do estádio. Foi estabelecido que, após a Copa, o Atlético iria devolver o equivalente ao município”, declarou Fruet.
A nova movimentação do clube foi conhecida pela prefeitura por meio de notificação, enviada nas últimas semanas. Entre outros argumentos, o Furacão afirma que não há nem mesmo incidência de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) sobre os 54% dos terrenos em frente do estádio, na Rua Buenos Aires.
A discussão entre Atlético e prefeitura sobre a área já está na Justiça. A cidade cobra aproximadamente R$ 17 milhões (em valores corrigidos) pelos 16 terrenos que serviram para a reformulação do Joaquim Américo para o Mundial. Ainda não há nenhuma decisão no judiciário sobre o assunto.
Enquanto isso, a prefeitura mantém a posse da área. “Pela lei a prefeitura tem de pagar primeiro o proprietário, no valor definido em juízo, para depois fazer a emissão de posse. A posse é da prefeitura ainda, a prefeitura não fez a transmissão para o Atlético”, diz Fruet.
O prefeito reclama do atual estágio da operação que viabilizou a Copa do Mundo em Curitiba. “O governo do estado ainda não pagou a última parcela por parte da COMEC, valores próximos de R$ 16 milhões [de obras no entorno da Arena pagas pela prefeitura] e o Atlético não pagou os R$ 17 milhões das desapropriações. São cerca de R$ 33 milhões que fazem uma falta imensa”.
Procurado pela reportagem, o advogado do Atlético, Luiz Fernando Pereira, preferiu não se manifestar sobre o assunto.
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