Se a largada ruim do Atlético no Brasileiro pode ser, em parte, explicada pela falta de ritmo de jogo associada à pré-temporada de 144 dias, a recuperação da equipe no campeonato também está, em alguns aspectos, sustentada na mais longa preparação de um clube na história do futebol nacional.
Com três partidas oficiais até o início da Série A, o Furacão venceu somente uma vez nas oito primeiras rodadas, quando, inclusive, conviveu com a zona de rebaixamento. Enquanto isso o rival Coritiba, que disputou a maior parte do Estadual com o grupo principal o Rubro-Negro utilizou o sub-23 , chegou a liderar a competição por três rodadas.
Coincidência ou não, a partir do momento em que se acostumou ao ritmo intenso de confrontos, o tempo fora do comum dedicado à preparação física trouxe recompensas ao Atlético. O time passou a vencer, tanto em casa quanto fora, e demonstrou força no segundo tempo. Das seis vitórias no Brasileiro, quatro foram definidas na etapa final.
A invencibilidade, que chegou a dez jogos, caiu na quarta-feira, diante do Palmeiras, pela Copa do Brasil, mas o rendimento segue em alta. "[O Atlético] está colhendo o que plantou", opina o doutor em fisiologia do exercício Turíbio Leite de Barros. "Com uma preparação melhor, a chance de um bom desempenho aumenta, ainda mais em uma temporada longa como a brasileira", acrescenta o especialista.
O departamento médico atleticano também percebe os efeitos da pré-temporada estendida. Nas últimas três semanas, de acordo com levantamento feito pelo blog Bola no Corpo, o Atlético não sofreu com lesões, ao contrário do Coxa, que viu 11 atletas se machucarem. A situação prejudicou o rendimento do então líder, hoje sexto colocado, uma posição atrás do Furacão, que fez 21 partidas em 2013 menos da metade dos 43 duelos já disputados pelo rival.
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