Integrantes da diretoria da Torcida Organizada Os Fanáticos, principal organizada do Atlético , colocaram faixas de protesto na entrada do CT do Caju na manhã deste sábado (27), antes do início da reunião do Conselho Deliberativo do clube . Os torcedores se manifestaram contra as sanções impostas contra a uniformizada e um possível repasse de bens do clube para a Fundação do Clube Atlético Paranaense – fato este negado mais uma vez pela diretoria. “Queremos saber sobre as motivações da FunCAP. Muito se tem ventilado sobre cargos vitalícios na fundação e a transferência de fontes de renda. Isso está preocupando o torcedor”, alega Renato Martins, relações-públicas da Fanáticos.
Ao fim da reunião pela manhã, transmitida pela TV CAP, Roberto Bonnet, 2.º secretário do Conselho, anunciou que o novo estatuto do clube teve “pequenas mudanças” e retira o título vitalício aos membros da fundação, cláusula que, segundo ele, “criava um clima pesado”. O presidente do Conselho, Mario Celso Petraglia, reforçou o discurso ao seu modo.
“Excluímos a causa de perpetualidade, afinal, todos nós morreremos um dia. Ninguém quer que alguém se eternize dirigente na fundação. Existem fundações independentes, que caminham juntas com as empresas, com a mesma marca, com os mesmos propósitos e fins. O clube não é de ninguém, é de seus torcedores”, professou. Outros conselheiros também enfatizaram que a fundação será dissociada do clube de futebol, sendo, portanto, financiada com outros recursos.
Afastamento
Martins também demonstrou preocupação com a reunião deste sábado à tarde (27), que terá como uma das pautas a Fanáticos. “Nós queremos dialogar e entender o porquê de nos afastar sistematicamente do clube. A diretoria atleticana parece querer afastar a torcida mais popular da Arena”, afirma.
Desde o apedrejamento do ônibus da delegação atleticana, em março, e o episódio do vídeo de ameaça ao atacante Walter, em abril, as relações da cúpula atleticana com a organizada estão praticamente cortadas. Para José Carlos Belotto, presidente da organizada entre 1994 e 1999, a diretoria tem realizado um cerceamento contínuo às atividades do grupo. “Houve alguns excessos da torcida, sim, mas não podemos jogar tudo nas costas da instituição Fanáticos”, afirma.
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