Em 25 dias, Vagner Mancini revolucionou o Atlético sem precisar ser radical. De perfil tranquilo e aberto ao diálogo, mas sincero e direto com os jogadores no momento das críticas, o treinador transformou um time que amargava a zona do rebaixamento em candidato ao G4. Com bons resultados em pouco tempo, o desafio agora é manter o embalo para, quem sabe, sonhar mais alto.
Confira os números de Mancini comparados ao do antecessor Ricardo Drubscky
Mancini assumiu efetivamente o comando do Rubro-Negro em 15 de julho, dia seguinte à derrota no clássico Atletiba apesar de seu nome ter sido confirmado pela diretoria cinco dias antes.
Terceira opção para o posto, o técnico desembarcou no CT do Caju em momento complicado. Defesa mais vazada do Brasileiro, sem vencer em casa e, principalmente, fora de sintonia com o torcedor.
O tempo escasso para treinamentos resultou em dificuldades nas primeiras três partidas sob seu comando. Empate com o Paysandu, pela Copa do Brasil, seguido de um 1 a 1 com o Corinthians, pelo Nacional. No confronto seguinte, viu o Atlético jogar mal, mas derrotar o Papão em casa para avançar no torneio de mata-mata.
O duelo contra a Portuguesa, contudo, foi chave para a virada. O treinador corrigiu o time no intervalo e o triunfo por 3 a 2 significou o alívio inicial fora da ZR. Na sequência, também longe de Curitiba, o time de Mancini surpreendeu ao virar para cima do Atlético-MG nos minutos finais. A boa apresentação diante do campeão da Libertadores comprovou a mudança de comportamento do time.
A inédita vitória em casa veio contra o Goiás, no domingo, quando a defesa saiu de campo invicta pela primeira vez. O fato de não tomar gol se repetiu contra o Bahia, quarta-feira, e o quarto triunfo consecutivo foi garantido com gol do meia Paulo Baier, preterido pelo antecessor Ricardo Drubscky.
Além agregar a sorte que o ex-treinador não tinha, Mancini conduziu a evolução atleticana com simplicidade. Acertou a zaga, recuperou nomes importantes como Baier, Elias e Zezinho. Os números comprovam a guinada.
"Houve uma empatia desde a minha chegada, os atletas aceitaram o modo e o comando do Mancini e isso deu uma liga muito rápida", explicou o treinador, que ainda vê grande lastro para melhora. O principal teste será domingo, às 18h30, contra o Inter, em Novo Hamburgo.
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