Na briga pela vaga do returno na final do Paranaense, o time sub-23 do Atlético vive um momento de autoconfiança explícita. Invicto no Estadual há nove jogos desde a última rodada do primeiro turno, sendo sete vitórias e com aproveitamento de 83% na segunda parte do torneio, os jogadores afirmam que, apesar de "moleques", querem respeito, mesmo cientes de que apesar dos placares favoráveis não têm atuado sempre de maneira convincente.
"Ao vencer o Arapongas e chegar à liderança do campeonato, levamos um pouco mais de confiança. Para que venham a respeitar a gente, mesmo sendo moleques, como se tem dito", defende o atacante Crislan, 20 anos. Artilheiro do campeonato, com dez gols, Douglas Coutinho, 19 anos, reforça o coro: "Nosso time é jovem, mas não é bobo, as equipes vão ter de suar para ganhar da gente no Ecoestádio".
Para o atacante Edigar Junio, o preparo físico da equipe realçado pela baixa média de idade do grupo, comparada a dos demais times da competição é um dos fatores que colocam o Atlético sub-23 em um bom momento no Estadual. Além da união dos jogadores. "Queríamos mostrar que não estamos mortos. No primeiro turno, nos desacreditaram. Nos fechamos, trabalhamos duro. Sempre acreditamos, senão não estaria acontecendo nada disso."
Mais comedido, o técnico Arthur Bernardes diz que a equipe, líder do returno, ainda está longe do ideal. "Em um time sub-23 sempre falta algo. O time foi instável [contra o Arapongas, no sábado]. Mas as pessoas estão fazendo cobranças como se fossem atletas de 25, 26 anos. São jogadores de 17, 18 anos. Temos dado sorte também, mas falta muita coisa para se ver um grande espetáculo desse grupo."
Uma preocupação de Bernardes, por exemplo, tem sido a de não queimar atletas diante da torcida. Por isso, deixou o meia Marcos Guilherme no banco. "Ele saiu do berço agora, tem 17 anos. Quando ele entra contra o adversário cansado, faz uma correria. É uma arma do nosso time que hoje tem de ser colocada no momento certo", falou o treinador. Contra o Arapongas, o garoto substituiu Hernani aos 24/2º.
Arthur Bernardes conta que outra dificuldade para manter um grupo coeso é ter atletas subindo para treinar com o time principal. "O Bruno Costa [23 anos, zagueiro] parou de trabalhar com a gente, o Léo [22 anos, lateral] também. Eles sentem a diferença da filosofia", declara.
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